Imigrantes – Europa – Desenvolvimento

O envelhecimento do continente europeu é verdadeiramente autodestrutivo. Antes da crise financeira de 2008, que foi desencadeada nos Estados Unidos, a Europa estava a abrir-se à imigração justamente devido ao decréscimo brutal do seu índice de natalidade. Tinha, assim, de adotar políticas de abertura aos fluxos migratórios. Os Estados Unidos, entretanto, puderam sair da crise. A Europa nem por isso, devido às suas péssimas políticas, que só têm conduzido ao desemprego, à estagnação e ao crescimento da xenofobia. Daí, o brutal fecho de fronteiras a que temos vindo a assistir. Enredada em divisões internas e em atitudes estéreis, a Europa marca passo e não recupera, contrariamente aos Estados Unidos, o nível de atividade anterior à crise de 2008. A xenofobia e o fecho de fronteiras conduziu a que no nosso continente tenham entrado menos de 400 mil pessoas por ano, entre 2010 e 2015,enquanto que, de 2000 a 2010, entrava um milhão de pessoas. Para reencontrar o seu ritmo de atividade, a Europa necessita urgentemente de se abrir à entrada de mais pessoas, regressando aos números de 2000 a 2010 neste capítulo.
O drama que vivemos dos refugiados do Médio Oriente e do norte de África poderá ser aproveitado para o relançamento da economia do velho continente. Isto para não falarmos do que é essencial: o humanismo e a solidariedade, que tão arredios têm andado do nosso convívio, e que bem se justificam nos dias que correm. A Alemanha, responsável por muitas políticas restritivas e, consequentemente, pelo recrudescimento da extrema direita nos diversos países, parece estar, contudo, numa boa e aberta atitude face à questão dos refugiados, transmitindo, agora sim, uma forte mensagem a todos os países da Europa, sobretudo aos do leste, que não querem crianças nem imigrantes. Veja-se o partido há pouco vencedor na Polónia, xenófobo e eurocético. Embora se saiba que a Alemanha não tem alternativa, por força da sua fraquíssima natalidade, a sua mensagem em relação aos refugiados é excelente para uma Europa velha e estagnada.

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