Região espera excelente ano vitivinícola

Foto por Catarina Reis

“Vai um copinho? Este é cá da terra”. Sobre o balcão da taberna de António Abegão, em Valado dos Frades, uma casa com cerca de 80 anos que outrora foi também mercearia, ainda não se prova o vinho novo deste ano produzido ali na terra, apesar de ter sido vindimado mais cedo do que é habitual.
O mesmo se passa na região de Alcobaça. Na Quinta dos Capuchos, as vindimas ainda não chegaram a meio. O administrador José Gomes Pereira refere que a “vindima é integralmente manual, desenvolve-se de acordo com o perfeito estado de maturação das diversas castas, durante cerca de três semanas e daí vulnerável às alterações climatéricas que possam ocorrer durante esse período”. Um cuidado trabalho que ocupa cerca de 20 pessoas. Para já, “acabamos de vindimar os brancos, Arinto, Verdelho, Sauvignon Blanc e Chardonnay, tendo-se obtido mostos de qualidade que configuram em sequência vinhos de igual padrão”. Gomes Pereira sublinha ainda que tem procurado diferenciar-se no mercado vitivinícola através do cultivo de castas de elevado desempenho, da adoção de um conjunto de técnicas criteriosas ao nível da viticultura, da enologia e da exploração das potencialidades específicas do terroir da Quinta.
Na Adega Cooperativa de Alcobaça, a vindima começou a 25 de setembro e vai até 3 de outubro, sendo esperadas entregas de 150 associados ou um pouco mais. Conforme explica o enólogo Rodrigo Martins, “este ano, quer em termos de uvas tintas quer em termos de uvas brancas, a quantidade e a qualidade serão muito superiores ao ano passado, principalmente por ser um ano muito seco, onde a região de Alcobaça, sob forte influência do Atlântico, beneficia muito”. Os vinhos produzidos são exclusivamente feitos com uvas dos associados, o que lhes confere autenticidade. Nos últimos anos, tem havido um incentivo da cooperativa aos associados para a renovação das castas envelhecidas.
Na “taberna do Abegão”, já não se bebe como antigamente: “já não se vem «matar o bicho», ou beber um copo de três, mas a bebida mais consumida continua a ser o vinho seguido pela aguardente”, explica o proprietário. Mas o estabelecimento continua a ser ponto de encontro de amigos, que se juntam à volta de um petisco e de um copinho, a 20 cêntimos cada, servido diretamente da pipa. Um vinho que, este ano e na opinião do enólogo Rodrigo Martins, será de excelente qualidade pois esta é “talvez uma das melhores vindimas deste século”.

(Saiba mais na edição em papel de 1 de outubro de 2015)

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