A importância de uma eleição

Quando se fala das eleições norte-americanas, não podemos dizer: é lá com eles. Não. As eleições do país mais poderoso do planeta dizem também respeito ao planeta. “América First”, “América Great”, foram slogans proclamados por Trump, à exaustão. Agora, que ele, para bem da humanidade, deixa de ser o senhor da verdade universal, as pessoas de boa vontade, nos Estados Unidos, já pedem a Joe Biden: “Please, Mr. President, make América normal again!” (torne a América normal, novamente!). Por isso se espera que a América regresse ao Acordo de Paris e volte a reconhecer as alterações climáticas, que ameaçam a vida da Terra que habitamos; que a América volte a colaborar com as organizações e movimentos internacionais (OMS, Desanuviamento Nuclear, Alterações Climáticas, União Europeia, etc., etc.); que a América volte a mostrar a sua verdadeira face democrática, abandonando tiques autoritários, extremismos e populismos. Diga-se, a propósito, que o populismo de Trump pôde influenciar os lamentáveis populismos europeus, de tal forma que Salvini até já ganhou eleições em Itália, Le Pen esteve quase a ganhá-las em França, a AfD é agora o primeiro partido da oposição na Alemanha – e, por cá, também já chegou essa chaga…
A generalidade dos média acolhe a notícia da vitória de Biden, não por questões entre os campos de conservadores e de progressistas, de esquerdas e de direitas, mas antes porque a verdade venceu a mentira, a democracia venceu a autocracia. A derrota de Trump é considerada um bálsamo para todos aqueles que cultivam um código de valores baseado na razão, na verdade e na decência e que, além disso, verberam os ódios raciais. Não admira que os líderes europeus reagissem com alívio, como parece evidente, ao fim do consulado de Trump. Para terminar, temos de reconhecer-lhe duas “qualidades”, a persistência e a coragem: persiste em afirmar que venceu, e é corajoso ao ponto de (poder) vir a ser o primeiro presidente derrotado, na história da democracia americana, que se recusa a admitir a derrota e que não felicita o candidato vencedor. Ah, ganda Trump!

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