Os sucessivos governos descuraram completamente os investimentos na ferrovia. Sem esmiuçar agora as razões (que as há) para que isso tivesse acontecido, importa verificar o que, neste campo, se passa na Europa. Em muitos países há a alta velocidade e em quase todos eles o comboio tradicional chega a todo o lado, ao contrário do que acontece entre nós, com linhas abandonadas e comboios… nem vê-los. Assim, por essa Europa fora, as mercadorias são transportadas em alta velocidade ou em comboios normais, chegam mais rapidamente ao seu destino e economiza-se muita energia que o transporte rodoviário consome. Entre nós é o contrário, esqueceu-se a ferrovia. Há agora um chamado Plano Ferroviário Nacional, aprovado muito recentemente em Conselho de Ministros e que mantém a versão deixada pelo anterior Governo. Segundo o jornal Público de 3 deste mês, o Plano Ferroviário Nacional tem pouca ambição para a linha do Oeste. O presidente da Câmara das Caldas da Rinha não concorda que os serviços desta linha tenham como destino final a estação do Rossio, uma vez que as pessoas preferem ir para Sete Rios ou Entrecampos. O investimento previsto para a linha do Oeste é de 62 milhões de euros e o tempo de duração de uma viagem de Caldas para Lisboa-Rossio é de uma hora e 39 minutos, enquanto uma viagem de autocarro de Caldas para o Campo Grande é de uma hora e 20 minutos. O autarca defende que a viagem pela via férrea poderia ser encurtada com a construção de uma nova linha pela Malveira e Loures. Alerta também para a importância acrescida do serviço da linha do Oeste se esta vier a servir, como se espera, o futuro Hospital do Oeste. Poderia até haver ali uma espécie de metro de superfície, entre Valado dos Frades e Torres Vedras.
Toda esta região, abrangendo a norte Alcobaça e Nazaré e a sul Torres Vedras, ficaria assim bem servida para deslocações ao futuro Hospital do Oeste. Não há dúvida de que, para decidir bem, é importante prever.