“Outra forma de viver”. Talvez seja esta a melhor frase que define a vida dos doentes que fazem hemodiálise, apesar de não ser fácil de a viver.
Conforme partilhou a’O ALCOA António Lorvão, de 87 anos: “há 11 anos que faço hemodiálise e custa muito física e psicologicamente, mas era pior se não a fizesse”. Natural da Cela, conta que começou com a doença da diabetes, depois veio a hipertensão, seguindo-se uma consulta dos rins a um nefrologista. O médico recomendou-lhe inicialmente “dieta e cuidado com a alimentação, que não cumpri e fui abusando”, reconhece. Foi assim que acabou por ter de ir fazer hemodiálise. “Sou doente renal crónico, mas se não fizesse este tratamento já tinha morrido”, esclarece. É efetivamente a vida que os centros de diálise procuram prolongar. Conforme partilha a’O ALCOA a enfermeira Arminda Eiras, coordenadora da Nefrovida, da Unidade de Diálise de Alcobaça, pertencente ao grupo Sanfil Medicina: “os doentes, mesmo entrando já bastante debilitados por resistência à diálise porque, na verdade, ainda há estigma em relação ao tratamento, percebem depois que foi um erro atrasar tanto tempo”. Arminda Eiras reforça “que é essa outra forma de viver que lhes permite continuarem uma vida perfeitamente normal, que transmitimos”. Adiciona que “a maior parte dos doentes só pela doença renal crónica, se não tiver outras complicações, tem uma esperança média de vida como a nossa”.
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