Alcobaça

Quem duvida ser Alcobaça terra de encanto? Já Virgínia Vitorino dizia ser esta a terra mais linda do mundo. Os anos vão passando e, às tantas, temos tendência a fazer comparações. Comparar Alcobaça com o que foi, compará-la com os burgos vizinhos. Este é um exercício que tenho feito ultimamente. Espartilhada entre Leiria e Caldas da Rainha, não podemos estabelecer comparações, dado que estas são cidades de outra galáxia. Óbidos, pelas suas particularidades, a Carcassone portuguesa, também não entra nestas contas. A Nazaré, como praia, fica igualmente excluída. Resta-nos outros burgos. Quem viu Rio Maior para aí há quarenta anos, ficou com a ideia de uma aldeola. Hoje é uma cidade interessante, progressiva, com um plano urbanístico bem pensado, bem definido e bem executado. E a Universidade do Desporto a transmitir-lhe vida. Porto de Mós regista notório desenvolvimento, tanto do ponto de vista urbanístico, como no plano cultural. Ainda agora, nas comemorações do Armistício da Grande Guerra, promoveu eventos interessantes, na vila. A Marinha Grande não sofre os efeitos da proximidade de Leiria, pois a sua indústria e os seus empreendedores colocam a cidade num patamar de evidência.
No entanto… no regresso daquelas terras a Alcobaça, é bom atravessar a Praça da República, repousante chegar à Praça D. Afonso Henriques, “acampar” no Rossio e contemplar o Mosteiro. E se esse regresso ocorrer na altura do grande acontecimento que é a mostra dos Doces Conventuais, ficamos com a alma cheia. E sentimo-nos ilibados de qualquer eventual basófia proferida sobre a nossa terra, como aquela peta que há um bom par de anos preguei, a bordo de um avião, antes da descolagem do aeroporto de Taipé, na Formosa. Como música de fundo, começa-se a ouvir “Quem passa por Alcobaça”. Virei-me para o meu companheiro de viagem, um chinês amigo, e disse-lhe: “Ouve, esta música é portuguesa, e tem por título Alcobaça, que é a minha terra natal.” Responde-me: “A música é linda.” Aí, eu não me contive: “E a terra também. Se não fôssemos aterrar em Hong Kong, e o avião voasse até lá, verias como a terra é linda.” Ripostou: “Ena, pá. Tem aeroporto e tudo, hein!?” “Pois claro!”, respondi.

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