Assim vai Alcobaça…

Na última reunião de câmara, foi colocada a votação o protocolo de instalação da loja do cidadão no Mercado Municipal. Votei contra não porque seja contra este tipo de equipamento, mas para ser coerente com aquilo que sempre defendi desde do tempo em que uma câmara do PSD tinha no seu programa a instalação no Mercado Municipal de um serviço de apoio aos turistas na cidade (com posto de turismo, lojas tradicionais e de gourmet, cafetarias, sanitários, zonas de descanso e de apoio) e onde nunca esteve previsto a instalação de quaisquer serviços públicos. De facto, comprova-se que não fui eu que mudei, nem de opinião, nem pensamento estratégico, nem de linha de actuação.
O projecto de reabilitação do Mercado Municipal teve numa Câmara PSD em 2009, financiamento comunitário garantido e o executivo liderado pelo actual presidente da câmara preferiu colocar no lixo e usar parte dessas verbas para intervir no jardim do tribunal com os resultados que hoje conhecemos, com uma escassa fruição, onde nem sequer o edifício destinado a cafetaria se encontra em actividade por falta de interessados. A quase totalidade das verbas destinadas ao mercado foram perdidas, mas todas as obras recentemente realizadas (mudança de cobertura e outras) foram suportadas pelas finanças do município, num acto de gestão reprovável a todos os títulos.
É um erro, fruto da ausência de planeamento estratégico, querer colocar num espaço vocacionado para actividade de pequeno retalho, de apoio à agricultura, e aos milhares de turistas que anualmente nos visitam, um serviço administrativo que vai ocupar mais de 800 m2 do Mercado Municipal (loja do cidadão), sem ter designadamente os problemas de estacionamento resolvidos. Não se pode pretender instalar num espaço com estas características serviços que nada têm a ver uns com outros, quando existem na cidade outros locais indicados para o efeito. É absolutamente inaceitável esta amálgama de conceitos.
Com esta decisão, não sai a ganhar, nem o Mercado Municipal, nem a loja do cidadão, nem a necessidade de criar serviços de apoio aos turistas vindos em autocarros. Com esta confusão de opções quem fica a perder é Alcobaça e o Mercado Municipal, quando esta infraestrutura podia e devia ser a âncora do desenvolvimento turístico da cidade. Assim vai Alcobaça…

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