Comecemos por uma pedra. As crianças da EB2 descobriram uma pedra, que terá sido esquecida aquando da recolha das restantes pedras do Pórtico da Benedita. Estão a fazer a sua biografia para a devolver ao Museu de Arte Sacra.
Em 30 de Junho, a Assembleia de Freguesia da Benedita apresentou um plano de intervenção nos lugares à volta da Fonte da Senhora, tendo em vista o usufruto da mesma com equipamentos apropriados e a devida segurança.
A pedra remete para um lugar, o Pórtico da igreja velha, porque estabelecemos com ele uma relação herdada pelo seu contexto social de outrora.
Uma fonte relaciona-nos com aspetos significativos das paisagens envolventes.
Pedra e Fonte restituem às pessoas sentidos simbólicos, emoções e lembranças de espaços partilhados.
Mas, já se perdeu o uso quotidiano de antes. Já não se passa sob o Pórtico para entrar ou sair da igreja. Já nao se vai à Fonte encher cantaros de água, lavar roupa nos tanques; já não se enchem tinas de água, nem se dá de beber ao gado; rapazes não nadam no grande tanque; loureiros e agriões já não abundam nas correntes, fetos, urze, giesta e murta ainda restam, como a simbólica Pedra Lendária. Diz a lenda, que lá apareceu Nossa Senhora, a Benedicta!
Foi ela que pediu a construção da Ermida, a que pertenceu o Pórtico.
Referências às memórias são importantes para a construção da nossa identidade coletiva, como as dos poços de cal, eira, chavanca e lagar da Quinta da Serra. Haja boa vontade!