Parar não é sinal de fraqueza. É um ato de responsabilidade connosco e com os outros. No mundo atual, onde as exigências são constantes e o trabalho tende a invadir todos os espaços da vida, cresce o risco de burnout — uma síndrome de esgotamento emocional, físico e mental provocada por stress crónico no trabalho.
O burnout instala-se de forma silenciosa, progressiva, e muitas vezes em pessoas comprometidas, empenhadas, exigentes consigo mesmas. Está ligado tanto a fatores individuais como à qualidade das relações e condições no contexto profissional: excesso de carga, ausência de autonomia, comunicação pouco clara, sensação de injustiça, desvalorização do esforço, desalinhamento de valores.
O corpo dá sinais: cansaço extremo, insónias, irritabilidade, apatia — que nem sempre levamos a sério. A prevenção começa na escuta ativa de nós próprios: reconhecer limites, cuidar da saúde, praticar a auto-regulação emocional, nutrir relações positivas, dormir bem, estabelecer fronteiras claras.
Mas a mudança tem também de ser coletiva. Organizações saudáveis são aquelas que investem em segurança psicológica, promovem bem-estar e criam condições para que as pessoas possam ser e dar o seu melhor.
Recuperar de burnout implica saber parar, largar até, cuidar e reaprender a viver com autenticidade. Esta síndrome é um sinal de alarme, ignorá-lo tem custos para todos — pessoais, profissionais e sociais.