Carta aberta aos peritos

Alcina Gonçalves
Empresária - Turismo e Animação

Segundo dados da ONU, o mundo tem 193 países. É impossível saber como cada um deles lidou com a pandemia, até porque as notícias nem sempre chegam de forma isenta. Em África, a covid é o menor dos problemas, quando têm vírus mais mortais como a sida, a malária ou o ébola e problemas de nutrição. Na América Latina, os verdadeiros vírus são os cartéis da droga e o que conta é chegar à fronteira dos EUA e passar o famoso muro. Sabemos que na Índia o confinamento praticamente não existiu, porque é impossível meter 1,4 mil milhões de pessoas em casas que nem sequer existem. Na Ásia, a China vai gozando com o Ocidente. Tenho acompanhado as notícias da Suécia. Não confinaram e não usam máscara, as poucas restrições foram instituídas em março de 2020 e não foram muito alteradas, para não baralhar a população. Em Portugal, já vamos no 14.º Estado de Emergência e com dezenas de decretos-lei publicados. Estamos perdidos com tanta lei, mais pobres e sem liberdade.
Sabemos agora que a Suécia tem menos mortos (13.600) que países com confinamento rigoroso e imposição de máscaras como é o caso da Bélgica (23.400), de Portugal (16.900), da República Checa (27.800), tudo países com cerca de 10 milhões de habitantes. Constatei recentemente que o país que mais cedo impôs o uso de máscara, a República Checa, é um dos que tem mais mortos até ao momento em que escrevo. Merece a pena recordar: em abril de 2020, o programa “Sexta às 9” da RTP fez diretos da República Checa e frisou o seu exemplo no uso de máscara. Passado um ano, no jornal Público (24 de Março de 2021): “Cruzes Brancas em Praga assinalam 25 mil mortos de covid”.
Uma questão aos peritos: porque é que os países da Europa que mais confinaram e mais máscaras usaram são os que têm mais mortos de Covid por milhão de habitantes? Passou mais de um ano, presumo que já tenham alguma resposta.
Talvez Anders Tegnell, médico sueco, e Jorge Torgal, especialista em saúde pública, tenham razão: numa pandemia as contas são feitas no fim. Espero que venham a ser feitas, com verdade e rigor, sem dogmas, sem paixões, sem insultos. Espero que, no fim, a OMS e alguns países tenham a decência de fazer o balanço das decisões que tomaram, desconfio que mais baseadas no medo do que na razão. Um medo absurdo que vai destruir milhões de vidas.

Alcina Gonçalves
Empresária - Turismo e Animação

Uma resposta

  1. “Segundo dados da ONU, o mundo tem 193 países. É impossível saber como cada um deles lidou com a pandemia, até porque as notícias nem sempre chegam de forma isenta.” Mas você tem a certeza que a Suécia não confinou e que lá não usa máscara?
    “Na Ásia, a China vai gozando com o Ocidente.” Pois vai. Os chineses confinaram e usaram máscara?
    “Em África, a covid é o menor dos problemas, quando têm vírus mais mortais como a sida” – Acha mesmo que no Ocidente a SIDA mata mais que o Covid? Baseia-se em quê?
    “numa pandemia as contas são feitas no fim. Espero que venham a ser feitas, com verdade e rigor, sem dogmas, sem paixões, sem insultos.” Concordo plenamente. Já agora, espero que tome a vacina.

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