Durante a minha infância, na minha casa, em tempo de refeição familiar, recordo-me de se enfatizar que à mesa não se fala de política. Mas na verdade atualmente esta temática impõe-se às mesas de todos nós. Fazem-se notar as mais variadas situações de instabilidade, as dúvidas e medos do futuro, as decisões que passam pelo esquecimento dos mais pequenos, que acabam por ser injustamente os que mais sofrem no meio de toda a história. O que será que podemos fazer?
Continuam em força os conflitos armados pelo mundo fora, sendo que desde a Segunda Guerra Mundial não se registam tantos quanto os que temos hoje. Saltam-nos à vista os dramas Rússia-Ucrânia e entre as nações do Médio Oriente. Assusta-nos a possibilidade cada vez mais próxima de todos termos que entrar numa guerra a uma escala nunca antes vista. Na ordem do dia estão ainda as eleições nos Estados Unidos da América, em que Donald Trump e Kamala Harris disputam a presidência. Qual será o melhor caminho? Eis a questão. Mais uma que tem preocupado as gentes um pouco por todo o mundo. Contudo, em matéria de política, nem tudo tem sido causa de desânimo. Algumas medidas dos nossos governantes têm sido bastante ovacionadas. Veja-se quando o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, anunciou a necessária revisão aos conteúdos da disciplina de Cidadania. O intuito será libertá-la de todas as cargas ideológicas e torná-la mais imparcial. Imagino que respirem de algum alívio os pais que têm vindo ao meu encontro, para desabafar sobre a sua indignação, quanto ao programa da disciplina. A ver vamos como diz o cego. Gosto de me recordar da mensagem da Primeira Epístola de São Paulo a Timóteo. Que se façam orações por todos os homens e mulheres do mundo. Propõe também que não nos esqueçamos de o fazer especificamente pelos nossos governantes, com vista a que as suas decisões permitam à humanidade viver em tranquilidade e em paz (cf. 1Tim 2, 1-2). Somos responsáveis por todos. Por quem nos governa igualmente.