Se considerarmos o período de 1974 para cá, a saúde é a conquista mais importante. Mais do que as liberdades, a emancipação das mulheres, a alfabetização, a segurança social. Os cuidados de saúde e o facto de serem praticamente gratuitos é algo que se deve aos seus profissionais (médicos e enfermeiros, sobretudo) mas, fundamentalmente, ao SNS (Serviço Nacional de Saúde) em boa hora arquitetado por António Arnault. Sendo um avanço ímpar na nossa democracia, não deixa de apresentar vários motivos de queixa, como os tempos de espera por uma consulta ou por uma cirurgia. Ou, mais recentemente, por outros motivos, como os incidentes com o INEM, dos quais terá resultado, presumivelmente, a morte de, pelo menos, algumas das onze pessoas que não foram assistidas em devido tempo. De quem foi a culpa, que nos prometeram se analisada com urgência? Dos dirigentes? Aliás, os casos na saúde têm-se multiplicado com a atual ministra. A avaliar pela sua ação desde que tomou posse, ou é conflituosa, ou tem ânsia de deixar obra feita. Mas que obra? Até esta data, Ana Paula Martins contabiliza a “limpeza” de mais de meia dúzia de administrações hospitalares e de várias ULS, além de ter proferido declarações polémicas sobre muitos profissionais. Tivemos também um “verão quente” com os casos das maternidades, dos serviços de obstetrícia e dos lapsos no atendimento da Linha de Saúde 24. Por último, mais uma substituição no seu pelouro: Grandra de Almeida que, em rigor, parece que a ministra não deveria ter nomeado. A despeito de tudo isto, porém, não há dúvida de que o SNS é uma conquista inestimável.
P.S. Em 1983, meu pai foi internado no Hospital de Santa Maria, e tanto eu como os meus irmãos tivemos de recorrer a um empréstimo bancário para pagar as despesas hospitalares.
A nossa região teve recentemente uma alteração no Conselho de Administração da ULS, como se pode ler na página 7 desta edição d’O ALCOA.