Coz. Centro Social distingue-se pelo empreendedorismo

Foto por Catarina Reis

“Não dar o peixe, mas a cana e ensinar a pescar.” É assim que Alda Gomes, diretora técnica do Centro de Bem-Estar Social de Coz, na União de Freguesias de Coz, Alpedriz e Montes, caracteriza o projeto de empreendedorismo social desta IPSS, fundada em 1990. Foi na vontade e determinação em ultrapassar dificuldades económicas e sociais que o centro se reinventou e avançou com o projeto Coz’ART. Lançado em final de 2015, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, esta ideia, que junta artesanato, ruralidade e turismo, tem vindo, passo a passo, a ganhar terreno.
· Artesanato: através da revitalização da arte centenária de trabalhar o junco e apostando na formação de novos artesãos.
· Ruralidade: com aposta na produção biológica de hortícolas, na instituição, que depois é utilizada na confeção de uma alimentação saudável. Cabe ainda, nesta vertente, o apoio a agricultores locais, com a venda, no espaço das antigas monjas de Coz, de produtos como mel ou maçãs. É neste espaço que também se concretizou, em novembro de 2017, a recuperação da receita das monjas do tradicional pão-de-ló de Coz, “que os visitantes podem levar para casa e que faz parte da nossa identidade”, acrescenta a diretora técnica.
· Turismo: com a abertura e visitas guiadas do Mosteiro de Santa Maria de Coz, candidato a Monumento Nacional desde 2017. E com sucesso, uma vez que, desde agosto de 2016 e até 20 de junho deste ano, o monumento contabilizou 8.310 visitantes. “Sem somar as visitas no âmbito do projeto educativo, culturais e outras”, acrescenta Eurico Leonardo, que mostra, de uma forma histórica e romântica, a «vida» do Mosteiro. Eurico é também responsável pela Coz’ART e pela formação de novos artesãos como Susana Pereira, Maria Barbosa e Titus Irura. Conforme explica, “procuramos a perfeição e o tradicional, mas também procuramos trabalhar em novas ideias e novos produtos: é este o desafio e o caminho”.
Implementada inicialmente com protocolos com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (CEERIA), a Escola Secundária D. Inês de Castro, a Escola Superior de Artes das Caldas da Rainha e Município de Alcobaça, a marca Coz’ART tem vindo a ser desenvolvida. Este ano, o projeto viu a sua aprovação no âmbito do Portugal 2020, esperando vir a receber 18 mil euros. “O que nos ajudará a dar o salto”, sublinha Alda Gomes, acrescentando que estão a trabalhar com a empresa Blindesign, no desenvolvimento do produto e de novo modelo de negócio. “O nosso objetivo passa sempre por esta visão de empreendedorismo social. Capacitar os cidadãos, integrá-los em atividades socialmente úteis, promover a sustentabilidade e o desenvolvimento comunitário, e sermos autossuficientes, para que o trabalho que fazemos venha a poder subsidiar as atividades no centro”, conclui a responsável. Iniciativas onde cabe a ideia de realizar outros projetos, como um centro de interpretação do junco ou um programa cultural. Na vontade de “empreender para colher”.

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