“Faz sentido que neste dia se dê solenidade à celebração da Missa nesta Igreja do Mosteiro de Alcobaça. É o dia de São Bernardo”, começou por dizer D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa, nas celebrações de 20 de agosto.
“O Mosteiro de Alcobaça reflete para o mundo o esplendor e a austeridade da Ordem de Cister” e, ao mesmo tempo, “uma grande referência do princípio da nacionalidade portuguesa”, lembrou o bispo, lamentando que em Portugal, tivessem existido “35 mosteiros cistercienses”, de que “Alcobaça foi referência para todos”, mas, “em 1834, aconteceu a extinção das Ordens Religiosas, e desde então, Portugal é dos poucos países da Europa em que a Ordem Cisterciense não voltou a existir”. (…)
Diretora proíbe utilização da “excecional” escultura de S. Bernardo
O P. Ricardo Cristóvão, pároco de Alcobaça, lamenta que, “uma vez mais, e desta vez sem qualquer justificação, a diretora do Mosteiro tenha proibido a utilização da imagem de São Bernardo (a mesma que foi transferida para uma exposição na Ala Sul, e já terminada em julho), a fim de que os crentes lhe prestassem culto e os visitantes a pudessem apreciar”. O sacerdote lembra que “esta imagem, descrita no tesouro desta paróquia, está habitualmente guardada pela Directora, que tem o dever de a dispensar quando pedido, como foi o caso, e com bastante antecedência”. E garante que “trataremos de encontrar outra solução, que poderá passar pela construção de uma nova imagem”.
Em resposta a’O ALCOA, a assessoria de imprensa da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), reconhece que “a escultura em causa” tem “um valor patrimonial excecional”, mas “apresenta patologias” e, “apesar de já intervencionada, o seu estado de conservação inspira muitos cuidados, pelo que se desaconselha a sua movimentação constante”, razão da recusa do pedido da paróquia. “A peça integrou a exposição ‘Vivências do Mosteiro de Alcobaça’, a título absolutamente excecional”, com “todas as medida cautelares”, para “viabilizar a sua presença nesta exposição tão emblemática para Alcobaça”. De volta, “a escultura em questão vai permanecer em reserva, aguardando-se a criação do núcleo museológico do monumento”.
(Saiba mais na edição em papel e digital de 8 de setembro de 2016)