Desabafo de um médico

Diretor Clínico do Instituto Português da Face revela situação lamentável do plano de vacinação contra a Covid-19

No Instituto Português da Face, estamos focados nas patologias da face, da boca, do nariz, da garganta e do pescoço. Todas elas, áreas consideradas de risco. Nesta fase, em que o sistema nacional de saúde se encontra sobrecarregado, reforçámos a nossa estrutura para conseguirmos dar resposta aos doentes que nos procuram.
Observamos um aumento das situações graves, nomeadamente alguns tumores da boca que chegam numa fase mais avançada que o normal. A nossa missão é continuar a dar um tratamento de alta qualidade aos nossos doentes.
Desde dezembro que tenho enviado vários e-mails às entidades responsáveis para tentar vacinar a minha equipa de médicos. No entanto, visto estarmos no sector privado e sermos uma clínica pequena, não obtivemos respostas claras.
A minha preocupação é constante porque ter um médico infetado significa que provavelmente poderia ter sido prevenido com a vacinação adequada. Significa também, que os doentes poderão ficar sem resposta e sem acesso a cuidados de saúde diferenciados durante um período indeterminado.
Alguns grupos privados já iniciaram os processos de vacinação, com critérios que incluíram vacinar desde as administrações aos profissionais de saúde. No nosso caso, apenas gostaríamos de ter respostas claras e uma estratégia para poder vacinar os nossos médicos que todos os dias continuam a vir trabalhar, com ou sem vacina.
Pessoalmente, sinto-me responsável pela minha equipa e entristece-me esta falta de critérios. Irei continuar a insistir com as devidas entidades para vacinar os nossos médicos.
Até lá, continuaremos a dar o nosso melhor pelos nossos doentes, todos os dias.

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