Como tem sido habitual nesta última década, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa quis, no dia Mundial da Saúde, que se assinalou no passado mês de abril, opinar sobre as políticas públicas de Saúde e sobre o alerta da OMS para as mortes maternas e neonatais que ocorrem atualmente em todo o mundo. A nota da Presidência da República sublinha a importância dos cuidados de saúde para mães e bebés, quando todos sabemos que o sistema está predominantemente vocacionado para a doença. Não deixa de ser paradigmático! Durante este ano, a OMS e os seus parceiros instruirão os governos e as “comunidades de saúde” a apoiar a gestação e o parto, bem como a melhorar a saúde pós-natal. De acordo com a OMS, a cada sete segundos ocorre uma morte evitável. As metas globais de 2030 (Agenda 2030) estarão em causa se não forem invertidas as tendências atuais: 300 mil mulheres morrem anualmente por causas relacionadas com a gravidez ou o parto; dois milhões de bebés morrem no primeiro mês de vida; e milhões de bebés nascem mortos. A evolução dos sistemas de saúde para se focarem na educação e prevenção é, sem dúvida, o caminho mais sustentável e eficaz para promover a saúde da população. Neste contexto de crescente reconhecimento da importância da prevenção, a Naturopatia surge como uma abordagem complementar valiosa. A ênfase na prevenção, em vez da mera gestão da doença, tem o potencial de trazer benefícios significativos em diversos aspetos.
Promover hábitos saudáveis desde cedo reduz a incidência de diversas doenças, incluindo complicações obstétricas, problemas de saúde mental e doenças não transmissíveis. A Naturopatia, através de aconselhamento nutricional, fitoterapia, hidroterapia e outras terapias naturais, pode educar e capacitar as futuras mães e famílias a adotarem estilos de vida saudáveis, otimizando a fertilidade, a gravidez e o desenvolvimento do bebé. Uma população mais saudável significa menor procura por tratamentos e intervenções médicas, aliviando a pressão sobre hospitais e clínicas. Ao promover a saúde de forma natural e preventiva, a Naturopatia contribui para a redução da necessidade de intervenções médicas invasivas e dispendiosas, tanto para a mãe quanto para o bebé. Investir na educação e prevenção é, a longo prazo, mais económico do que o tratamento de doenças, com uma redução significativa dos custos com a saúde. A integração da Naturopatia nos cuidados primários e na educação para a saúde pode representar uma estratégia custo-efetiva para melhorar os indicadores de saúde materno-infantil e reduzir os gastos com o tratamento de complicações. Pessoas saudáveis têm maior capacidade de participar ativamente na sociedade, trabalhar, desfrutar de melhor qualidade de vida e serem felizes. Ao abordar a saúde de forma integral, considerando os aspetos físicos, mentais e emocionais, a Naturopatia contribui para o bem-estar geral das famílias, promovendo uma sociedade mais saudável e produtiva. Ao disponibilizarem profissionais de saúde para a prevenção e a educação, os estados estão a reduzir as desigualdades em saúde, alcançando um maior número de pessoas, incluindo aquelas com menor acesso a cuidados de saúde tradicionais. A Naturopatia, com a sua abordagem acessível e focada na capacitação do indivíduo, pode ser integrada em programas de saúde comunitária, chegando a populações mais vulneráveis e oferecendo ferramentas para a autogestão da saúde materno-infantil. Ao fornecer conhecimento e ferramentas para a autogestão da saúde, as pessoas tornam-se mais capacitadas para tomar decisões informadas. O futuro dos sistemas de saúde passa inevitavelmente por uma forte aposta na educação e prevenção, onde a Naturopatia pode ser um pilar importante na construção de um sistema de saúde mais holístico, preventivo e centrado no bem-estar da mãe e do bebé. Superar os desafios e implementar estratégias eficazes nestas áreas trará benefícios incalculáveis para a saúde e o bem-estar da população