Divagando sobre Tomar

João Maurício
Professor de História aposentado

A Câmara Municipal de Tomar acaba de editar a obra “Jácome Ratton – 140 anos de vivências da Escola e da Cidade”, da autoria de Leonel Vicente. Jácome Ratton (1736-1820), o patrono da Escola Secundária, antiga Escola Industrial e Comercial da cidade do Nabão, foi um político, industrial e comerciante luso- -francês com fortes ligações a Tomar. Estamos perante um longo trabalho de investigação de setecentas páginas. Dizem-me que se trata do maior estudo a nível nacional sobre uma escola secundária pública. Foi naquela casa que eu trabalhei em 1975. Esse tempo moldou-me a vida. Uma época agitada, cheia de experiências, caminhos tortuosos vividos intensamente, onde todos fomos aprendendo o que era a democracia. Nesse ano, Tomar era, ainda, a sede da Região Militar e o Comandante era o Brigadeiro Francisco José Morais que fora meu comandante em Santarém e que me livrou de um sarilho com a justiça militar. Eternamente grato!
Recordo a cidade com saudade. Visitei-a recentemente, durante a Feira de Santa Iria, para adquirir o livro referido anteriormente e senti uma enorme nostalgia. Notas – A Benedita e Tomar – lembro-me de um beneditense, de cujo primeiro nome não me recordo. Sei que era conhecido pelo “Nicolau”, irmão do Luís Nicolau da Benedita. Tinha uma sapataria no centro da cidade. De vez em quando passava por lá para dar dois dedos de conversa. Havia, ainda, um miúdo do Bairro da Figueira que era aluno do Colégio Nuno Álvares. Vivia lá, também, um sargento de apelido Galinha que era da zona dos Candeeiros, mas com quem nunca cheguei a falar. Recordo, aqui, os militares beneditenses que passaram pelo Regimento de Infantaria 15, nomeadamente os que estiveram na Primeira Guerra Mundial. Vivia, também, na cidade nabantina, o capitão José Figueiredo e a esposa. Nos finais dos anos cinquenta do século passado trabalhou, na Câmara Municipal local, João Guerra que, depois, partiu para Angola, no tempo em que o presidente do município era Fernando Oliveira, mais tarde, general e comandante da P.S.P. Procurei a campa do Padre Joaquim do Carmo que foi sepultado a 6 de janeiro de 1933, no chamado Cemitério Velho de Santa Maria do Olival, junto ao Quartel dos Bombeiros Voluntários. Não a encontrei. O Padre Carmo nasceu na Benedita, em 1885. Foi pároco no concelho de Tomar. O Padre Manuel Vicente Caetano que foi pároco da Benedita entre 1930 e 1937, era natural do concelho de Tomar. Estes dados que tenho de aprofundar, interessam-me para construir o meu futuro estudo sobre a História da Paróquia da Benedita que, agora, começa a dar os primeiros passos. Nota Final – termino com um agradecimento ao engenheiro João Vinagre pelo precioso contributo que me deu sobre o Padre Manoel Correia Carneiro, falecido em 1878 e que foi sepultado na Igreja Velha. Foi Cura e Capelão da Benedita. A paróquia da Benedita teve, ao longo dos tempos, uma forte ligação a outras terras ribatejanas, nomeadamente, Santarém, Rio Maior, Torres Novas e, até, ao Entroncamento. Ficará para outra altura a abordagem destas questões.

    João Maurício
    Professor de História aposentado

    Deixe um comentário

    O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

    PRIMEIRA PÁGINA

    PUBLICIDADE

    Publicidade-donativos
    WhatsApp Image 2024-06-03 at 12.09.27

    NOTÍCIAS RECENTES

    AGENDA CULTURAL

    No data was found
    Sites de Paris Sans Vérification