Editorial

O combate à pandemia, como a qualquer crise, evidencia que a solução é a cooperação e não o divisionismo.
A vacinação de profissionais de lares de idosos deverá começar na região na próxima semana. Ainda que, infelizmente, pareça mais importante assegurar que não foram maltratados animais do que a não utilização de fetos humanos, são de registar os avanços científicos e a cooperação internacional que permitiram, em tempo record, descodificar o vírus e produzir uma vacina para o combater. Como afirmam, nesta edição, profissionais de saúde, a vacina parece ser crítica para salvar vidas e para o retorno à normalidade de contactos, trabalho e afetos.
E será a colaboração, e não a divisão, que permitirá ultrapassar a pandemia e seus efeitos. Aqueles para quem a pandemia veio demonstrar que o Estado é o grande motor do desenvolvimento esquecem que as vacinas foram desenvolvidas por empresas privadas. É curioso que a ministra da Saúde, que diz ouvir para se acalmar a Internacional Socialista, o Hino da União Soviética de Lenine e de Estaline, tenha convocado conferências de imprensa em cinco hospitais diferentes no 1.º dia de vacinação, empunhando orgulhosa um produto da indústria farmacêutica privada. A ministra que não encaminhou doentes para fazerem exames em hospitais privados. Como eu, todos conhecerão doentes oncológicos com exames adiados durante meses. O ALCOA fez aliás notícia do número acrescido de mortos na região de doentes não-Covid. Em contraponto, há aqueles cegos defensores do capitalismo selvagem que, mesmo agora, desvalorizam o Estado e criticam os apoios sociais públicos quando há tantos, sobretudo trabalhadores privados e pequenos empresários, que viram a sua subsistência posta drasticamente em causa. Não é o antagonismo entre público e privado, entre homens e mulheres, entre brancos e negros, entre nacionais e estrangeiros, que trará a solução para esta ou qualquer crise.
Agora, que cheguem mais vacinas e que sejam rápida e eficazmente administradas. E que o mundo, o país, a região, possam tirar as máscaras do que divide os seres humanos e empreendamos passos novos de colaboração e fraternidade!

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