Estamos quase no Natal, mas esta Quadra Natalícia não tem o mesmo sabor para todos. Para muitos, é uma forma de reunir com a família e com os amigos, de avivar memórias e de saborear receitas gastronómicas do baú das tradições. Para outros, é o apreciar o brilho das luzes, o fazer o presépio e celebrar o nascimento de Jesus. O sabor da doce nostalgia, carregada de lembranças como as de fazer filhoses na véspera de Natal com as minhas avós Helena e Maria, à lareira, com muito frio lá fora, mas muito calor cá dentro, lambendo dos dedos o açúcar e a canela. Estas são das recordações mais belas que guardo do Natal e também as mais tristes, porque as minhas avós já não se encontram entre nós. Mas guardo-as com todo o amor e o calor que essa memória merece e o tempo não esquece. O Natal é assim, uma época para festejar e relembrar um tempo que não é igual para todos, pois há ainda quem o viva com alguma tristeza e solidão. É a pensar nessas pessoas que todos os anos, as Cáritas Paroquiais da região dão a mão aos mais carenciados, ajudando-os a alimentar esta quadra com alguns bens da época. Um socorro que tem aumentado anualmente e que não se cinge só ao Natal. A generosidade das pessoas, mas também o voluntariado de quem abraça esta missão, tem permitido tornar menos tristes e frios estes dias, uma missão que mostramos nesta edição d’O ALCOA. Por estarmos numa altura em que a fé e a esperança se renovam, deixamos também as habituais mensagens natalícias dos padres da nossa região. Por fim, desejamos que as tradições e as memórias que nos foram legadas, os gestos solidários de quem dá a mão ao próximo e as mensagens de esperança presentem o nosso coração e nos ajudem a ser mais tolerantes, mais pacientes, mais compreensivos e mais humanos. Que a bondade e o amor do nosso coração seja realmente o postal de boas festas, que temos para oferecer neste Natal e em todos os dias da nossa vida. Feliz Natal! Catarina Ferreira Reis