A inclusão contada pelos que vivem a diferença

Por vezes há iniciativas que passam despercebidas, mas que estão lá para marcar e fazer a diferença, e isso é que importa. No Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça (CEERIA) há um projeto que se encaixa perfeitamente nesta ideia: Os Contadores de Histórias.
Nesta iniciativa, que integra cinco clientes do CEERIA, em cada cenário montado e em cada personagem encarnada há magia. Não se trata apenas de contar histórias; trata-se de transformar o palco num espelho onde os reflexos são dar e receber. Os protagonistas desta história têm diferentes patologias, desde paralisia cerebral a autismo e a surdez congénita, mas isso não define o limite do que podem criar e muito menos do que podem oferecer. Pelo contrário, são essas vivências que acrescentam profundidade e verdade ao que interpretam, e que nos fazem refletir sobre diversos problemas socias como a inclusão de uma forma real. Estes «contadores de histórias» não se limitam a contar histórias, eles vivem-nas, dão-lhes forma e sentido.
Num tempo em que a inclusão ainda é um conceito debatido e, muitas vezes, praticado de maneira superficial, é essencial amplificar vozes que fazem a diferença, sem precisar de qualquer rótulo, apenas pelo talento que têm, que o potenciam e depois o oferecem.
Neste projeto, que destacamos nesta edição d’O ALCOA, fazem-se pontes mostrando como é possível ver o mundo através de uma lente mais ampla. Os Contadores de Histórias não só abrem portas, como derrubam muros. E que privilégio é poder ouvir estas histórias que não são apenas contadas mas vividas.