Editorial. In memoriam

José Eduardo Oliveira foi incansável no registo das memórias da sua terra.

 

É este legado, diria, o mais relevante que Alcobaça lhe tem a agradecer. E que foi expresso por muitos conterrâneos quando souberam do seu falecimento.
JERO, abreviatura das iniciais do seu nome que inaugurou nas páginas deste jornal, começou aqui a sua presença na imprensa local quando tinha apenas 18 anos. Essa sua paixão pela escrita e pela sua terra acompanharam-no ao longo da sua vida.
Uma vez aposentado, já no século XXI, o Sr. José Eduardo, como o tratava, assumiu maior responsabilidade n’O ALCOA como diretor-adjunto, mantendo a sua página “Alcobaça Terra de Cultura” e outras rubricas; memórias que, uma vez escritas, não morrem. Durante esse tempo, desempenhou um papel importante de transição no processo de redação e edição do jornal, passando a enviar os seus textos em formato digital e a acompanhar o fecho de cada edição na JOR.LINE, em Rio Maior.
Tenho muito gosto de o ter encontrado em duas ocasiões há muito pouco tempo: a 27 de dezembro, nos 75 anos d’O ALCOA, quis estar presente para receber o galardão atribuído ao CEERIA; dois dias depois, nessa instituição, comentei com ele, entre amigos, o seu papel importante no registo das memórias da sua terra. E, por via desse seu legado, manter-se-á mais vivo entre nós.
Numa singelíssima homenagem que são umas flores, neste tempo em que nem sequer podemos participar em cerimónias fúnebres, escrevemos-lhe: “Paz eterna. Gratidão do jornal O ALCOA”.
Mas, qualquer partida é sempre uma chegada, como no poema de Álvaro Feijó: “E, se me vires chegar ao cais dos céus,/ Ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus,/ Não um adeus distante/ Ou um adeus de quem não torna cá,/ Nem espera tornar. Um adeus de até já,/ Como a alguém que se espera a cada instante”.
Num “adeus de até já”, Alcobaça pode continuar a encontrá-lo nos seus escritos bem-humorados e repletos de histórias; ele, queira Deus, há-de ter chegado “ao cais dos céus” e, acredito, já começou a escrever crónicas por lá!

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