Élio Fróis é natural da Maiorga. Aos 9 anos entrou na Banda da Filarmónica Maiorguense e aos 15 descobriu que iria fazer da música a sua vida. A partir daí nunca mais parou, tendo agarrado diversos projetos, como professor de música e maestro, função que abraça agora na Maiorga, substituindo Nuno Mendes no cargo. Fá-lo com paixão, dedicação, trabalho e persistência.
Em entrevista a’O ALCOA, o maestro desvenda os principais projetos e desafios e fala da importância da formação musical e da ligação da filarmónica à comunidade.
Quem é Élio Fróis e como nasce o gosto pela música?
O Élio foi uma criança, com 9 anos, quase empurrada pelos pais e pelos avós para aprender música. Depois, como não se lembra de fazer outra coisa que não seja estudar e estar envolvido na música, é o que faz até hoje.
Diz-se que os maiorguenses têm a música no sangue, portanto, sente-se retratado nesta expressão?
Em parte, sim.
Tem o trombone como instrumento de referência. Porquê esta escolha?
Porque acredito que era a única coisa para a qual tinha jeito. Passei por vários instrumentos até chegar ao trombone, mas este foi aquele para o qual me diziam, e eu acreditava, que tinha mais jeito, e foi por aí.
Quando decidiu tornar-se maestro, e por quê?
Foi em 1998, tinha 19 ou 20 anos. Foi um acaso, dava aulas de trombone no Conservatório das Caldas da Rainha e tinha um aluno que era filho do presidente de uma banda do concelho de Óbidos na qual, entretanto, houve a necessidade de mudar de maestro, e perguntou se eu não o queria fazer. Já tinha feito alguns cursos de direção e foi a partir daí. Foi essa experiência e o facto de ser uma aventura nova que ditou este caminho. Gosto muito de ter objetivos e o objetivo, na altura, foi tentar trabalhar naquela banda, tentar evoluir, fazê-la crescer e fazer-me crescer enquanto maestro e tudo o que rodeia a filarmónica.
Pode falar-nos um pouco da sua carreira?
Comecei bastante novo, numa idade muito infantil e quando temos aquele clique. Foi aos 15 a 16 anos que percebi: “Olha, então eu estudo música, se calhar vou ser músico”. Foi a partir desse momento. Depois fui sempre tentando melhorar, conhecer, evoluir e a minha carreira foi assim. Enquanto músico, tive a possibilidade de poder tocar em algumas das orquestras nacionais da época, e depois veio a parte da direção em que tenho tentado crescer, evoluir e aprender. é fundamental para o nosso trabalho não ficarmos parados e termos esse objetivo. A música não é estática. Notei bastante porque tive alguns anos em que não estudei, era bastante jovem, já pensava que sabia tudo e depois quando voltei a querer estudar foi muito difícil. Realmente, a música evolui. A forma de aprender e de fazer música é completamente diferente e os músicos são completamente diferentes. Tudo muda e temos de acompanhar essa evolução durante a vida.
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