“Era muito gratificante ser autarca se pudéssemos fazer muito”

Foto por Sara Susano

Nome: Maria José Filipe
Data de nascimento: 15 de abril de 1958
Naturalidade: Monte Real
Escolaridade: 2º Ciclo
Atividade Profissional: Dedica-se exclusivamente à junta de freguesia
Quando se candidatou: 1994
Porque se candidatou: “Decidi candidatar-me pelo convite que me foi feito pelo PSD e uma vez que estava na Benedita há já oito anos, decidi aceitar”.

Benedita
População:
Cerca de 10 000 habitantes
Primeiro presidente de junta: Depois da Comissão Administrativa, foi António Silva Marques que venceu as primeiras eleições
Última obra inaugurada: “Foi há tanto tempo que já nem me lembro”

A função de autarca é gratificante? Que balanço faz do seu trabalho desde 1994?
Era muito gratificante se conseguíssemos fazer muita coisa. Fui ler uma entrevista que dei, penso que em 2011, e o que nela digo, é praticamente o que tenho a dizer nesta. Portanto o meu mandato não tem sido assim tão gratificante. Vou ficando contente, infelizmente na área social… a junta de freguesia tem feito muita coisa nessa área que não é visível, mas se calhar também não é para ser visível.

Quais são os principais problemas que a Benedita enfrenta?
Existem alguns problemas que necessitam urgentemente de ser revistos, como é o caso das acessibilidades. A rede viária da freguesia encontra-se muito degradada e é também necessário criar condições para os peões circularem, sobretudo nas deslocações dos lugares para a sede da freguesia. Juntamente com a questão das acessibilidades, seria importante levar o saneamento básico às zonas da freguesia que não o têm e fazê-lo de uma forma articulada e planeada. O prédio que pertence à sociedade de massa falida “Tomás Fonseca” é também um problema nesta freguesia, para o qual a junta de freguesia e o município não conseguiram ainda encontrar solução por questões legais que envolvem esta propriedade. O mercado precisa também de uma grande intervenção, sobretudo depois deste último temporal que danificou bastante o telhado. Sendo uma freguesia que até há uns anos vivia sobretudo da indústria, nestes últimos tempos acentuaram-se algumas questões sociais, por desemprego ou diminuição dos rendimentos das famílias. Temos procurado dar resposta a essa realidade através da abertura da Loja Social que tem dado apoio a pessoas da freguesia e de outras freguesias próximas, e encaminhar para os serviços adequados.

A freguesia consegue assegurar postos de trabalho?
Vai conseguindo. Na junta de freguesia há um posto de atendimento do Centro de Emprego e infelizmente as filas são cada vez maiores, mas também vai havendo alguma oferta de emprego. Os maiores empregadores são as fábricas no setor do calçado, algumas fazem contratos temporários à medida que vão tendo encomendas.

Quais são as obras feitas ou por fazer que considera mais relevantes para a freguesia?
Os cortes financeiros que se têm sentido e alguma contenção económica têm protelado obras importantes para a freguesia, como sejam um novo edifício para a Unidade de Saúde Familiar da Benedita, a criação de condições para a reativação da Feira do Gado, a implementação da Área de Localização Empresarial (ALE), os melhoramentos no mercado, obras de requalificação urbana e alcatroamentos. Tendo havido um grande investimento no Centro Escolar de Benedita, e reconhecendo a importância da educação, é agora fundamental para o desenvolvimento da freguesia que o investimento seja canalizado para as acessibilidades, o alcatroamento de estradas, como a dos Candeeiros e outras, e para os projetos que possam impulsionar a economia local, como a ALE e a Feira do Gado. O município pretende ainda este mandato requalificar a Praça Damasceno Campos.

Qual é a situação financeira da junta de freguesia?
Não posso dizer que a junta de freguesia esteja bem, mas também não posso dizer que esteja mal. Portanto até ao fim deste mandato vamos conseguir cumprir com os nossos compromissos.

Se fosse presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, qual seria a área em que atuaria de forma mais urgente para proporcionar um maior desenvolvimento do concelho?
Nem sequer me ponho na pele de um presidente de câmara. Ser presidente de junta já me custa tanto, quanto mais presidente de câmara. Nem quero pensar nisso.

O que considera ser pilar de crescimento desta freguesia?
Conhecendo um pouco da história da freguesia percebe-se que a economia tem sido a alavanca do desenvolvimento desta freguesia, a par da educação. A existência de diferentes níveis de ensino confere muito dinamismo à freguesia. Algumas empresas têm fechado, mas existem outras que se mantêm e, mesmo neste tempo de crise, ainda há quem consiga ter sucesso e manter postos de trabalho. Há agora uma tendência maior para as pessoas se unirem em torno de objetivos comuns e ultrapassarem as dificuldades, pelo que o associativismo continua vivo na freguesia e a atribuição das antigas escolas primárias e jardins de infância a associações e à Fábrica da Igreja é disso um exemplo.

Concorda com a reorganização administrativa do território?
Não. Embora pense que nalgumas zonas do país isso devesse ser feito. Agora, e falando a nível aqui do nosso concelho, não. Não concordo porque cada pessoa tem uma identidade e as pessoas estão habituadas a ir à sua junta de freguesia falar com o seu presidente de junta a quem recorrem pelas mais variadas razões e, se calhar, isso vai perder-se um bocadinho disso.

Vai haver recandidatura?
Quanto a isso ainda não sei. Quando for a altura certa, saberão.

Uma resposta

  1. Pelas palavras da Senhora, não houve obras, – “Última obra inaugurada: “Foi há tanto tempo que já nem me lembro””. A situação económica e financeira é má, – “Não posso dizer que a junta de freguesia esteja bem”. E não se sente realizada, – “Era muito gratificante se conseguíssemos fazer muita coisa(…)Portanto o meu mandato não tem sido assim tão gratificante”. Em suma não fez nada, a junta está mal financeiramente e a senhora não está satisfeita… E ainda pondera recandidatar-se??? Mas está tudo louco???

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