Há um elo de ligação único entre uma mãe e um filho, seja um filho com problemas de saúde, sejam três que vieram de uma vez só, ou um que não se carregou no ventre, mas que se amou como se tivesse carregado. A maternidade pode ter vários rostos, mas quando se é mãe, é-se mãe para sempre.
Fernanda Duarte
“Uma pessoa completa”. É assim que, aos 55 anos, Fernanda Duarte se sente, quanto recorda as memórias do nascimento dos seus trigémeos.
Natural de Carvalhal de Aljubarrota, terra onde vive, foi há 26 anos que deu à luz Diana, Carlos e Cristiana.
Um acontecimento de tal forma pouco usual que até foi motivo de notícia no jornal O ALCOA, em 1993.
Eulália Ruivo
Acompanhar um filho com défice cognitivo é uma prova de resistência. Tem de se ser inconformado e exigente em relação à sociedade, todos os dias, de todos os anos.
Foi no quarto da maternidade, oito dias após o parto, que Eulália Ruivo viu pela primeira vez a sua bebé, Mónica, hoje com 37 anos. Nascera prematura e com dificuldades, depois da mãe ter entrado em coma, problemas que levaram ao diagnóstico de que a sua menina tinha Síndrome de Down (Trissomia 21). Diagnóstico que a mãe só descobriu meses mais tarde.
Natural de Valado dos Frades, Eulália conta que começou a notar que a sua menina tinha problemas quando, aos seis meses, lhe dava um bocado de pão, ou algo para a mão e ela não agarrava. “Pensava que ela tinha algum problema com a visão”. Tentando resolver a deficiência, que se ia agravando a outros níveis, já que não gatinhava e não desenvolvia o que deveria, depois de consultar vários médicos, lá veio finalmente a realidade.
Rosa Mira
“O dia em que a recebi foi um dos mais felizes e emocionantes da minha vida, sem saber se ela estava preparada para me aceitar, o meu coração aceitou-a de imediato, mesmo antes de a conhecer”. Rosa Mira é mãe de uma menina há 38 anos, Ana Cristina, que tem agora 41 anos. Foi após alguns anos de infrutíferas tentativas para engravidar, que o sonho de Rosa de ser mãe começou a esmorecer. Casada há 46 anos, a alcobacense, que trabalhou no posto dos Correios de Alcobaça, lembra que, na altura, ainda se chegou a inscrever numa consulta de fertilidade no Hospital de Santa Maria em Lisboa, mas depois, conta Rosa, “quase como que por milagre, um dia surgiu a hipótese de adotar uma criança, cujos pais se encontravam doentes e que resolveram, com muita coragem e abnegação, darem-me a sua menina de três anos, para eu e o meu marido adotarmos”.
(Saiba mais na edição digital e impressa, de 2 de maio, do jornal O ALCOA)