As Jornadas Europeias do Património: Rotas, Redes e Conexões evocam na Rota D. Maria I / D. Maria Pia, os viajantes que cá passaram desde o séc. XVIII e XIX, e que visitaram o Mosteiro da Batalha.
Neste âmbito, usufruímos de uma visita orientada e agradecemos ao seu diretor, Joaquim Ruivo e à guia Júlia Antunes, por nos ajudarem a revisitar o trajeto do arquiteto irlandês James Murphy, que desenhou este complexo monástico de estilo gótico, uma referência na arquitetura da Europa. Não foi só percorrer o caminho, mas o saber olhá-lo através dos desenhos tirados pela guia, como que por magia, do saco amarelo com o logotipo da ‘European Heritage Days”.
Para chegar ao Mosteiro saía-se da Estrada Real D. Maria e passava-se pela rua Direita, que ia dar à entrada principal do Convento dos Frades Dominicanos da Batalha. Contornava-se o edifício pelo Sul, passando junto às Capelas Imperfeitas e só depois se entrava pela Portaria do Convento a nascente. Muitos foram esses viajantes, entre eles, se conta W. Beckford. R. C. Azevedo acrescenta aos nomes dos ilustres viajantes o da inglesa Julia Pardoe. Na Capela do Fundador os visitantes da Terra Mágica interrogavam-se: teria sido ali a Batalha de Aljubarrota? Vitrais também houve na igreja velha da Benedita parecidos, mas não como os na capela mor! – ‘Estes foram feitos cá por artistas da Alemanha, que trabalharam para D. Manuel, que se fez representar num deles à esquerda. – E o Cristo na sala do Capítulo, nunca tinha reparado! E o teto em forma de estrela! E as pedras mais brancas onde havia portas, que se taparam. Uma parte do Convento foi demolido durante as campanhas de restauro do século XIX.
Os restauros foram feitos, graças aos desenhos de Murphy. O seu livro de gravuras do Mosteiro era conhecido pelo rei consorte, D. Fernando de Saxe-Coburg Gotha, que apadrinhou a causa do restauro do Mosteiro da Batalha [JA1] .
Que pena eu não ter categoria para entender tudo isto… – suspirava uma visitante do grupo. – Ainda bem que a nossa Rota, vem desde a Asseiceira até à Batalha.
E no fim ouviu-se: ‘foi uma visita cansativa, mas com amor e paixão’.
Contribuiu para a consciência da riqueza e diversidade cultural do património imaterial e material que no Mosteiro vive e que com esta Rota se une ao património comum europeu.