Em 1755, Lisboa sofreu um violento terramoto.
A cidade ficou destruída, incluindo a residência dos reis, que decidiram construir outra, uma Barraca Real, temendo que o sismo repetisse. Três anos depois, em 1758, D. Maria (1734-1816) princesa da Beira, filha mais velha de D. José I, deve ter tido conhecimento que por iniciativa de Sebastião José de Carvalho e Melo, Secretário de Estado dos Negócios do Reino, fora enviado um questionário a todas as dioceses do reino, solicitando que todos os párocos respondessem.
A ideia era saber dos estragos do terramoto em todo o país e coligir informações sobre as populações (27 perguntas), os seus recursos naturais, serras (13 questões) e rios (20 perguntas) e terminava a perguntar ainda por «qualquer outra coisa notável que não vá neste interrogatório».
Ao Padre Luís Cardoso foi atribuída a tarefa de organizar esses dados.
Sabe-se que o Mosteiro de Alcobaça também padeceu com o terramoto de 1755, bem como outros edifícios pelo país fora e para se conhecer a história local, onde nascemos e /ou vivemos, é importante consultar as “Memórias Paroquiais de 1758”.
Alguns concelhos já editaram as perguntas e respostas dadas pelos párocos das suas freguesias, como o Município de Rio Maior, cujo livro está disponível na sua Biblioteca Municipal. Lá estão as freguesias de Alcobertas, Arruda dos Pisões, Azambujeira, Fráguas, Outeiro da Cortiçada, Rio Maior e São João da Ribeira.
Dos dois lugares da Rota Estrada D. Maria I / D. Maria Piada freguesia de Rio Maior, Alto da Serra e Asseiceira, o primeiro não está mencionado e Asseiceira ainda não era freguesia, mas consta como uma das nove aldeias de Rio Maior com 31 fogos e na lista das Ermidas é referida a Ermida de S. Domingos, aí existente desde 1628.
Há outras fontes escritas de interesse para a história local dos lugares ao longo desta Rota, mas as “Memórias Paroquiais de 1758” são uma fonte imprescindível.