
A Estrada Real da Rota D. Maria I/ D. Maria Pia sobrevive habitada ou não, quer à esquerda, quer à direita do IC2. Quem lá mora? Como vive? Que relação há com a paisagem e vizinhança de um ou de outro lado da serra? Quem veio e quem de lá saiu? O que vai dentro do peito e o que se defende nessas periferias de outrora e de hoje?
Para responder as estas questões e levantar até outras é útil cruzar vários contributos, desde testemunhos orais, canções, provérbios, ditos, fotos, livros de história nacional, regional ou local, programas radiofónicos, crónicas em jornais regionais e locais. Convém ainda lembrar as informações deixadas em placas toponímias e as datas gravadas ao longo da Estrada de acontecimentos, que os mais antigos quiseram que não fossem esquecidos, por exemplo, as pedras de era em casas, datas em poços, cruzes e alminhas, passando memórias antigas para um tempo futuro. Em todas as terras há pessoas que se interessam por estudar e divulgar as suas histórias e memórias, porque as que ouviram dos seus avós, bisavós e recontam-nas às gerações mais novas, para que não se perca ‘o pote de ouro’ ao fim do arco-íris!.. Em articulação com as Jornadas Europeias do Património, a Rádio Benedita FM transmite todos os anos entrevistas sobre o nosso património comum. Em 2024 estiveram aos seus microfones, Lucília André de Asseiceira, António do Coito e António Colaço do Alto da Serra. Além dessas transmissões na Rádio, na data JEP foram organizados dois ‘listening parties’, um na Casa do Artesanato na Asseiceira para escutar a entrevista de Lucília André (10.10.2024), onde estiveram quase duas dezenas de pessoas e outro no Alto da Serra, Casa da Muda, (20.10.2024) para os já referidos entrevistados que tiveram no público meia centena de pessoas também doutros locais da rota, como acontecera antes gente que de bom gosto se juntou para um convívio de velhas e novas amizades, ou seja, cumprir e dar força ao valor desta rota.