Fazer pela vida

Ana Caldeira
Diretora do jornal O ALCOA

“É penoso ver que Portugal, com estes anos todos de apoio, ainda está entre os países atrasados”.

A afirmação é da socialista e comissária europeia Elisa Ferreira, sábado em entrevista. Na semana da aprovação do plano de recuperação e resiliência (PRR), com os primeiros fundos apregoados já para julho.
Lembrei-me, a este propósito da expressão “falsa sensação de segurança”. Não pelas máscaras, que sempre foram úteis, mas quanto à bazuca europeia. É que se o dinheiro não for estratégica e criteriosamente aplicado pode ser a ilusão da lotaria. Como os estudos indicam, a maioria das pessoas que ganha dinheiro fácil como o Euromilhões acaba mais pobre do que estava.
Creio lapidar a frase de Kennedy apelando à responsabilidade pessoal: “Não perguntem o que a América pode fazer por vós, perguntem-se o que podem fazer pela América”. E acredito também que sem assumirmos nós a responsabilidade do nosso futuro e continuarmos ora a sonhar com D. Sebastião, ora com o ouro do Brasil, ora com o dinheiro da União Europeia, continuaremos a divergir da Europa. E do que podemos ser e não somos.
Isto também se aplica a cada localidade e região. Já ouvi duas vezes ao Eng. Costa e Silva dar como exemplo de desenvolvimento, por exemplo, tecnológico o município do Fundão que, fui saber, até é gerido por cor partidária diferente, o que releva a referência. Com efeito, a autarquia do Fundão tem à frente um autarca, que antes de o ser, tinha passado a sua vida a pensar e fazer desenvolvimento local e territorial. Foi, por exemplo, o mentor e motor das Aldeias de Xisto. A preparação de um autarca faz muita diferença.
Alcobaça já foi uma terra de excelência quando governada por pessoas de conhecimento no seu tempo superior. Também Alcobaça, também a região, tem de se perguntar não o que pode o Governo e a Europa fazer por ela, mas o que pode fazer por si mesma. Neste processo, em ano de autárquicas, não é demais salientar o papel dos líderes locais, que pode ser prejudicial, neutro ou crucial para abrir caminhos de desenvolvimento.
aNA CALDEIRA, diretora

Ana Caldeira
Diretora do jornal O ALCOA

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