Foi inaugurada, a 17 de fevereiro, na Biblioteca Municipal de Alcobaça, a exposição da fotógrafa Piedade Oliveira, “Há Vida em Cuidados Paliativos”. Fotografias que foram captadas pela profissional na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça. Premiada com várias obras, entre as quais o prémio Fotógrafo do Ano, atribuído em 2020 pela Associação Portuguesa dos Profissionais da Imagem, a única mulher a recebê-lo, Piedade Oliveira fala a’O ALCOA do trabalho que originou esta exposição. Testemunho que espera ajudar de alguma forma a desmistificar os cuidados paliativos
Como surge a ideia de concretizar estas fotografias e a exposição?
Fui desafiada pelas enfermeiras dos Cuidados Paliativos de Alcobaça a traduzir, através da minha visão fotográfica, a essência destes cuidados. Estavam a preparar o congresso nacional, que pela primeira vez teria uma dimensão internacional, e consideraram que uma exposição sobre o tema acrescentaria um olhar diferenciado e impactante ao evento.
Quanto tempo demorou a realizar as fotografias?
Fui à unidade cerca de três vezes, após garantir que havia utentes que autorizavam serem fotografados.
O que procurou captar?
Antes de fotografar deambulei pelos corredores e observei, observei e observei. Rapidamente, mergulhei numa bolha de respeito, dignidade, tranquilidade e serenidade. Procurei captar aquilo que diferencia esta unidade de um hospital comum e, acima de tudo, procurei «sentir» cada doente. Vi pessoas com as marcas evidentes da doença, mas nunca expressando dor física e isso, por si só, foi um alívio.
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