Há Autarquias e Autarquias

Grande conquista das democracias modernas é o poder local. Desde que, bem entendido, exercido por gente capaz e disposta a servir a sua terra, a sua região, as suas gentes. Servir – e não servir-se… Em Portugal, alguns executivos municipais têm construído obra notável. Para aferir da qualidade de quem detém o poder local, temos uma série de indicadores: o preço da água, a taxa do IMI, o apoio à cultura e à História locais, a obra feita. Há ainda outros importantes indicadores, como não alinhar em inaugurações de fachada, em frívolas festividades, em viagens de autocarro (quando muitos dos munícipes viajantes têm o seu carro arrumadinho na garagem). Tudo isto é propaganda barata, caça ao voto. E é gastar mal o dinheiro dos nossos impostos. Por curiosidade pessoal, tenho acompanhado a atividade de algumas Câmaras. E noto, como na parte sul do país, há Câmaras com visão e com coerência de ação (como diria o autarca do Porto, Rui Rio). A propósito, eis aqui, no Porto, um autarca exemplar. O mesmo se diga de António Costa, em Lisboa. Não há dúvida de que as Câmaras das nossas duas maiores cidades estão muito bem entregues. Assim estivessem as outras. Bem próximo de nós, nas Caldas da Rainha, há outro autarca exemplar, Fernando Costa. Ele gaba-se, com razão, de não ter motorista, de não ter assessores, de não gastar em supérfluos, como “viagens para os velhinhos”, de trabalhar só, com dois vereadores. Por isso não massacra os seus munícipes com taxas elevadas. A água é barata, as contas de resíduos e de saneamento são bastante baixas. A taxa de IMI que vai ser aplicada no próximo ano, nas Caldas da Rainha, é a mínima, 0,3%.
E em Alcobaça? Vai ser certamente bem superior… vai ser superior em mais de 30%. Não admira que o autarca das Caldas tenha definido há pouco tempo, num programa televisivo, o IMI, como Imposto Muito Injusto. E é. Então com o aumento fixado pelo Orçamento do Estado e a reavaliação dos imóveis vai ser uma loucura. Autarcas razoáveis terão isso em conta. Outros, nem por isso… falta-lhes sensibilidade. Eles estão lá, mas não é para servir…

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