Na freguesia da Benedita, pelo menos da geração dos 50 anos de idade em diante, toda a gente conheceu Hermínio Bernardo, beneditense poeta e ministro da comunhão, que não se ausentava aos fins de semana para cumprir esse compromisso. Em criança alimentava o sonho de ir para o seminário estudar, gostava de ser padre. A família mesmo sendo pobre, ainda tentou cumprir-lhe esse desejo. Contudo, a professora que o sabia inteligente e bom aluno, confessou aos pais que, os estudos não iam pagar, mas que era preciso fazer-lhe um enxoval e ter boas roupas. E os seus pais não lhe podiam dar isso e também precisavam do trabalho dele, apesar de ser o mais novo de nove filhos e teve de ir dar serventia a pedreiros. Mais tarde, casou e construiu a sua casa ao lado da dos seus sogros. Foi pai de um filho e duas filhas embora apenas deixe vivos, a filha mais velha e a sua viúva. O grupo de poetas do Fórum a Terra Mágica das Lendas, CRL solidariza-se com todos os familiares nesta hora difícil. Também o Herminio nos deixa sentidas saudades. Era um companheiro presente nas Tertúlias da Benedita e nas idas a Vila Franca de Xira aos lançamentos das coletâneas da Palavra Cantada Associação de Cultura, onde há poemas seus publicados. Legou-nos poemas com descrições pormenorizadas sobre o património edificado e imaterial da Benedita e das visitas de estudo que connosco fez. Alguns desses poemas vão ser publicados na coletânea, que vai sair ainda este mês. Editou o livro ‘De Adão a João Paulo II’ e durante anos publicou poemas no Jornal ‘O Alcoa.’ Contava que descobrira a sua veia poética na guerra colonial, onde serviu vinte sete meses e que desde então nunca deixou de contemplar os amigos que lhe pediam poesias para celebrarem datas especiais. Aos amigos e família enlutados as nossas sinceras condolências.