Incongruências político-desportivas

Afonso Luís
Bancário aposentado

Considero Winston Churchill uma das mais notáveis figuras políticas de todos os tempos. Opositor feroz a Hitler e aos seus horrendos crimes, pode dizer-se que foi um dos grandes vencedores da segunda guerra mundial. Pois, logo a seguir, perdeu as eleições no seu país. Por outro lado, Hitler, o sanguinário ditador, alcançou o poder através dos votos do povo alemão, logo, em eleições democráticas. Percebe-se, assim, que Churchill tenha afirmado que o sistema democrático, sendo mau, é o menos mau de todos os sistemas que se conhecem. Neste mesmo século XX, houve outro ditador implacável, Josef Stalin, o conhecido Estaline, mas este subiu e manteve-se no poder à custa dos sucessivos assassínios que cometeu, tantos ou mais do que Hitler. Nos tempos que correm, a maioria dos países desenvolvidos vive em regime democrático, longe das atrocidades daqueles sistemas opressivos. Os nazis hitlerianos foram mais ou menos dizimados e os partidos bolcheviques foram-se esboroando por toda a Europa. Mas aparecem de vez em quando umas franjas totalitárias, agora parece que mais à extrema-direita do que à extrema-esquerda. São os populistas xenófobos, que despontaram com mais força em França e Itália, agora preocupantemente em Espanha, mas que também já chegaram a Portugal. Eles autointitulam-se partidos antissistema, e só será de lamentar que o sistema os admita. Mas enfim, essa é também a força moral do sistema que eles querem combater.

No desporto, e particularmente no futebol, os seus apreciadores podem deliciar-se a assistir ao desporto-rei na liga inglesa, onde não há atletas “deitando-se” no relvado a simular lesões, não há paragem nos jogos, há velocidade, emoção e fair play. E por cá? Por cá há paragens constantes, jogadores caídos, e, pior ainda, cenas pouco edificantes como aquelas que aconteceram recentemente no final do jogo entre o F.C. Porto e o Sporting. Curioso será constatar que desacatos e violência acontecem sempre com a presença da equipa do F.C. Porto.

Afonso Luís
Bancário aposentado

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