«Liberdade, igualdade, fraternidade»…

A trilogia «liberdade, igualdade, fraternidade» marca a política da França, desde a revolução do final do século XVIII, e a pouco e pouco difundiu-se por muitos outros países. O valor «liberdade» levou à consagração de direitos e garantias aos povos abrangidos. O valor «igualdade» atenuou fortemente a super-exploração económica verificada no início da revolução industrial; a atenuação foi notória, particularmente, nos trinta anos posteriores à II Guerra Mundial. O valor «fraternidade» propiciou a melhor harmonia entre pessoas e entre povos.
Em contraste com estes efeitos positivos, não se evitaram alguns problemas de extrema gravidade. A «liberdade» não impediu os excessos do liberalismo económico nem do libertarismo ético. A «igualdade» não impediu o igualitarismo forçado nem as desigualdades gritantes de rendimento, riqueza, poder, estatuto social… A «fraternidade» não evitou a profusão da violência por toda a parte: desde a violência doméstica à internacional.
Tornou-se patente que a «liberdade, igualdade e fraternidade» precisam de mais consistência para se manterem e desenvolverem. Algumas correntes de opinião e de ação política entendem que: a liberdade se consolidará através da corresponsabilidade; a igualdade, através da democracia económica; e a fraternidade através do respeito mútuo de pessoas e povos. Contudo subsiste uma tendência muito acentuada para os fundamentalismos, supostamente religiosos ou laicos, abordados no artigo anterior, se aliarem de facto, mesmo sem o admitirem, contra a «liberdade, igualdade, fraternidade» e contra os Estados democráticos. Essa aliança acaba por fazer o jogo do grande poder económico transnacional, até porque os fundamentalismos precisam de financiamento e, nalguns casos, fazem parte integrante daquele poder.
(Continua)

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