Ainda falta muito para o Dia da Mãe. O dia das mães (e dos pais) é todos os dias, mas hoje falemos delas, das mães.
Se perguntarmos que desafios enfrentam diariamente as mães, a resposta poderá ter apenas duas palavras: imensos e inumeráveis.
A educação e o amor andam seguramente de mãos dadas e a ligação de uma mãe com um filho não tem apenas a experiência de 9 meses no ventre para o proporcionar. Neste caminho de amar e educar, o mapa do percurso não é igual para todas. Algumas enfrentam um caminho mais direito e outras mais sinuoso. Sabemos que os filhos não são todos iguais e por vezes há crianças que precisam de outra atenção, como «pequenotes» com comportamentos desafiadores e outros com alguma condição em que o funcionamento cerebral difere significativamente do que é considerado típico ou neuroticamente esperado – crianças neurodivergentes.
Foi a pensar nas dificuldades sentidas, não apenas em casa, mas também na sociedade e nas escolas, que Bruna Lopes, mãe de uma criança autista, começou a realizar trabalhos sobre o significado de viver com condições como perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA), autismo, dislexia, entre outros.
O último que desenvolveu é precisamente um livro no qual procura desmistificar estas condições de saúde. A obra serve também para estimular a inclusão e aceitação. “Entre no mundo singular do Kevin, uma criança autista que vê e sente a vida de forma única”, é o que desafia o livro, que funciona como um dicionário secreto que desvenda significados e termos específicos do autismo. Um convite à exploração dos desafios e das alegrias da neurodiversidade, que destacamos nesta edição d’O ALCOA. Rezando à recuperação do Papa Francisco e recordando as suas palavras no início das Jornadas Mundiais de Juventude, em 2024, em que dizia que “na barca da Igreja, deve haver lugar para todos”, também nos nossos corações devemos guardar esse espaço e fazer com que esse lugar não seja apenas uma utopia, mas uma alegre realidade.
Catarina Ferreira Reis