Nasceu na freguesia da Benedita e é sacerdote salesiano. Chama-se Luís Gonzaga Belo e esteve durante muitos anos em misssão em Moçambique. Atualmente, exerce a sua atividade pastoral na Diocese do Porto. Não o via há mais de quarenta anos. Recentemente, ofereceu-me um pequeno opúsculo da sua autoria com a biografia dos padres naturais da sua paróquia, falecidos nos séculos XX e XXI.
É sempre bonito recordar os que já partiram. Sendo natural do Taveiro, refere ainda os sacerdotes que nasceram nesse lugar, no século XVIII – António Lourenço e no século XIX – Manuel Rodrigues.
Hoje, vou abrir uma exceção e escrever algo de mais pessoal. A partida de um familiar é sempre, um momento de fragilidade. Nessas alturas, as palavras vão falhando e a escrita quase que bloqueia.
Ao ter conhecimento da morte da minha irmã, o Padre Luís Gonzaga Belo, sem ninguém lhe ter pedido, voluntariou-se para presidir às cerimónias fúnebres. Uma atitude generosa que para mim simboliza a visão que eu tenho de um verdadeiro cristão. Em nome da família, o meu muito obrigado.
A sociedade atual valoriza em demasia o sucesso, o mediatismo e a presença dos holofotes. Realço o exemplo deste salesiano que, na sombra, serenamente, quase sem darmos por isso, vai compondo uma bela lição de vida consagrada.
O Luís continua igual ao miúdo do tempo distante em que fomos colegas na escola primária: um ser humano bom e simples.
A verdade é que a atitude deste sacerdote provocou em mim um grande sentimento de nostalgia dessa época. Para o Luís, vai “aquele abraço”.