Sol na Eira pretende ser um pequeno espaço de comentários sobre temas atuais. Hoje, porém, abre uma exceção para lembrar uma figura ímpar que nos deixou no dia 19 deste mês, o Dr. Fleming de Oliveira. Pouca sorte a minha, que só tive oportunidade de com ele conviver nos últimos seis anos. Antes, apenas o conhecia como autor de importantes obras literárias com incidência nesta região e, particularmente, Alcobaça. Pude, entretanto, ter o gosto de apresentar dois dos seus livros. O último que publicou, em Abril deste ano, intitulado A GREI E A TERRA (com alguns escritos meus, a seu pedido) foi-me de imediato oferecido, com estas palavras, escritas pelo punho do Dr. Fleming: “Ao meu querido amigo Afonso Luís”. Nesta singela homenagem que lhe presto, quero escrever também: “Ao meu querido amigo Fleming de Oliveira”, acrescentando: “Que a sua alma descanse em paz”. Por ocasião das comemorações dos cinquenta anos do 25 de Abril, convidou-me a criar, com ele, uma secção especial, neste jornal, aberta aos contributos dos leitores, e foram muitos os depoimentos publicados. Para lembrar o 25 de Novembro do próximo ano, projetava o Dr. Fleming, também com a minha colaboração, lançar idêntico repto aos leitores, mas a doença falou mais alto. Não admira que muitos dos seus textos tivessem sido publicados pelo Alcoa, e por isso também não admira que a diretora lhe dedique neste número um texto, como reconhecimento da sua inestimável colaboração. Com muito pesar da minha parte, já não posso ir aos Montes, à residência do Sol, conversar com ele, na companhia da dedicada esposa, D. Ana Maria, a quem deixo mais um abraço de condolências.