Quem passa pela região da Batalha não consegue ficar indiferente ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mandado construir por D. João I para assinalar a vitória da Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, e que este ano comemora 30 anos como Património Mundial da UNESCO.
Os visitantes irão ter, a partir do verão, a possibilidade de fazer visitas guiadas aos terraços do mosteiro. “Este era um projeto que já estava previsto a alguns anos pela Direção-Geral do Património Cultural”, esclarece Joaquim Ruivo, diretor do monumento, “mas só em 2013 se proporcionou a sua concretização”. Numa fase inicial e a decorrer desde setembro do ano passado, houve necessidade de se proceder a obras de conservação: limpeza dos terraços, colocação de juntas novas, consolidação de elementos pétreos e o restauro de alguns pináculos e do Coruchéu da Cegonha, numa intervenção na ordem dos 750 mil euros. A esta intervenção seguiu-se a requalificação do espaço de forma, com a colocação de rampas para os visitantes circularem e algumas proteções de segurança.
Estas serão visitas guiadas limitadas a pequenos grupos (de 10 a 15 pessoas) com necessária marcação prévia, mas uma experiência inesquecível, garante Joaquim Ruivo. Nas suas palavras, este novo percurso de visita proporciona “a fruição de um novo olhar sobre o monumento, com a possibilidade de ver as capelas Imperfeitas ou o claustro a partir de um local superior, os pormenores e os elementos decorativos de outra perspetiva”. Em suma, a oportunidade de de “ter uma visão única do interior do mosteiro e da vila da Batalha”.
Segundo o previsto, os primeiros visitantes a experienciar este novo percurso serão os habitantes da vila. Mas as surpresas poderão não ficar por aqui; existem outros lugares no mosteiro, longe dos olhares do público, que no futuro poderão vir a ser visitáveis, como é o caso da sacristia.
Afirmando-se como um monumento dinâmico, adaptado às mudanças dos tempos e às exigências dos visitantes, com uma oferta cultural diversificada, como exposições, concertos, palestras, já estão a decorrer as “Visitas Encenadas”, para alunos do 1º ao 3º ciclo. Iniciadas em março pelos atores do Teatro Nariz, estas visitas estão a ter grande sucesso.
“Quanto mais se usufruir do património, mais capacidade existe no futuro para a sua preservação”, conclui o responsável pelo monumento que, sob a tutela da Direção-Geral do Património Cultural, foi o terceiro mais visitado do país, no ano passado, com quase 300 mil visitantes.