Nas ruas desertas de Roma

A imagem tem a força de um filme épico: Francisco caminhando pelas ruas desertas de Roma, para rezar pela cidade e pelo mundo.
Saindo a pé do Vaticano, a primeira etapa foi na igreja de Santa Maria Maior, aonde tem ido antes de cada viagem apostólica e aonde regressa sempre, no final de cada viagem, para agradecer. Aí, no altar de Nossa Senhora, depositou um ramo de flores, como faz todas as vezes. A seguir, dirigiu-se à igreja de S. Marcelo, numa reentrância da Via del Corso, bem no centro de Roma, para rezar diante de um crucifixo antigo e deixar outro ramo de flores sobre o altar.
Era a tarde pacata do passado domingo, 15 de março. Vê-se que o Papa caminha com desconforto e as distâncias são grandes, para quem se desloca com dificuldade. As igrejas, fechadas e vazias, abrem-se propositadamente para o receber. Em cada uma, apenas o recebem os sacerdotes responsáveis.
Nestes tempos estranhos de reclu-
são, de medo e de sofrimento para alguns, o Papa pediu aos católicos que rompessem o individualismo, para se abrirem de forma nova a Deus e aos outros. O isolamento físico tem de transformar-se em oportunidade de chegar a mais pessoas. Em resposta a este apelo, multiplicaram-se na internet os materiais para fazer oração e para acompanhar os textos da Eucaristia diária. O site www.vaticannews.va transmite todos os dias a Missa celebrada pelo Papa na capela de Santa Marta. Nalgumas cidades italianas e de outros países, os bispos e os párocos, sozinhos ou acompanhados por um acólito, também percorreram as ruas desertas do seu lugar, rezando por todos. Alguns deles, levando o Santíssimo Sacramento em procissão, como na festa do Corpo de Deus, desta vez sem o acompanhamento do povo.
Falando especificamente da Lombardia, o Papa recordou o bispo de Milão, no terraço da catedral, sozinho, a rezar diante da imagem de Nossa Senhora que está no cimo do pináculo mais alto. Isso é, dizia o Papa, “estar perto do povo”. Francisco elogiou também “a criatividade de tantos padres. Chegam-me notícias da Lombardia a contar esta criatividade. (…) Felizmente há padres que inventam mil modos de continuar próximos do seu povo, para que este nunca se sinta abandonado. Sacerdotes com zelo apostólico”.

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