NATO – A defesa da europa e o nosso contributo

Afonso Luís
Bancário aposentado

Em plena Guerra Fria, a União Soviética estava a expandir a sua influência para cá da chamada Cortina de Ferro. Como consequência, em 1949, os países da europa Ocidental, mais os Estados Unidos e o Canadá estabeleceram uma aliança militar de carácter defensivo, cujo princípio fundamental estabelecia que qualquer agressão a um país da aliança seria considerada uma agressão a todos os países, pelo que a resposta seria dada em conjunto. Essa aliança, a NATO (OTAN em português) – Organização Territorial do Atlântico Norte – pôde desta forma manter em respeito a Rússia e seus satélites. É curioso considerar que, se a Ucrânia já fizesse parte da NATO, certamente Putin não teria invadido este país em 2022. Aliás, o novo chanceler da Alemanha, Frederich Merz, já admitiu isto mesmo.
Recentemente, assistimos a uma Cimeira da NATO, na cidade de Haia, presidida pelo atual Secretário Geral, o holandês Mark Rutte. Tanto ele como os outros aliados temiam a reação do presidente Donald Trump que, no seu primeiro mandato, na Cimeira de Julho de 1918, esteve na iminência de anunciar a retirada dos Estados Unidos da Aliança. Valeu que alguns dos seus assessores e alguns líderes europeus conseguiram dissuadi-lo.
Neste segundo mandato. Trump tem o poder absoluto, portanto, gostando de mandar e de fazer-se obedecer, já não tem amarras, anda à solta e não tem controlo possível, pelo que se temia pelo seu comportamento depois de, pouco antes, na Cimeira do G-7, ter abandonado intempestivamente a reunião. Vá lá que, desta vez, Trump portou-se bem e assistiu até ao final, talvez porque a Cimeira constou apenas de uma sessão de trabalhos. Mas, devido à intervenção militar da Rússia na Crimeia e no Donbass, a Cimeira da NATO nesse ano fixou em 2% a contribuição dos aliados para os orçamentos da defesa, meta essa que todos deveriam atingir em 2024.
A agressão da Rússia à Ucrânia veio pôr em causa este valor. Por isso, nesta Cimeira foi aprovada uma meta mais rigorosa: 5%, uma exigência de Trump cujo cumprimento não é nada fácil.
O Governo de Portugal garante que vai cumprir esta meta dos 2% ainda este ano. Quanto aos novos objetivos, veremos… foi uma exigência dos Estados Unidos, mas os estados europeus não sabem ainda se o presidente americano vai continuar comprometido com a segurança europeia, na linha de ação dos seus antecessores durante os últimos oitenta anos. É que nunca ninguém sabe o que Trump projeta fazer, neste como noutros domínios.

Afonso Luís
Bancário aposentado

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