O Bem Maior do Poder

A prioridade da atividade política deve centrar-se nas ideias e nos modelos de desenvolvimento e os lugares só farão sentido para executar esses modelos, sustentados em princípios éticos e morais.
Diz o povo que o poder corrompe, o que pode ter várias expressões, como a da sua utilização para fins pessoais, onde incluo o mesquinho revanchismo; ou dos nossos, quando se beneficia um deles. Na coisa pública temos de dar o exemplo, evitando confundir o exercício do poder com a sua propriedade e utilizando-o para benefício de todos. Tal requer sensatez e decoro: os recursos não são nossos, mas de todos nós e nem os apregoados Fundos Europeus caem do céu, pois muito contribuímos para eles, com taxas e impostos.
Se o poder se exerce num limbo muito estreito e rodeado de tentações, mais se impõe a opção pelo rumo do desenvolvimento, recusando expressões estéreis de vaidade, que só hipotecam o futuro.
Nas Autarquias 2013, vimos apresentar uma série de boas propostas de todos os intervenientes que aceitaram participar nos debates promovidos pelos movimentos civis. Sendo pacífico que boas ideias não são exclusivo de ninguém, também é recorrente que boas propostas sejam inviabilizadas pelos detentores do poder, só porque sim. Ora, é perante boas propostas que se medem os bons líderes e a liderança é tanto melhor quanto a capacidade para integrar contributos, que se aceitam por serem bons e ganhamos todos, ou que se recusam porque não são nossos e todos perdemos.
Nas eleições de setembro todos os intervenientes, exceto um, viram diminuir as suas votações. No caso do partido do poder, o PSD, a diminuição foi superior a 8% relativamente a 2009 e mais de 18% relativamente a 2005, com a taxa de abstenção, votos brancos e nulos a passar para mais de 50%. Não há peneira que possa contrariar que estes resultados representam um forte descontentamento da população face aos modelos estabelecidos.
Resta-nos esperar que os próximos quatro anos tragam mais competência e melhores decisões, numa atitude participativa e conciliadora quanto ao modo de resolver as necessidades de toda a Comunidade, esse sim, o Bem Maior do Poder.

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