Por estes dias, temos todos andado especialmente presos ao jornal e à televisão. Esperamos por notícias a propósito do estado de saúde do Papa Francisco. Por entre mensagens de louvor pela presença do Santo Padre na história da humanidade e outras falsas informações que vão surgindo quanto à situação clínica, vamos cada um fazendo o nosso caminho ao encontro da verdade.
Recordo-me de estar à mesa com a minha família à noite, tinha eu dez anos. Por entre os sabores do jantar, íamos sentindo o amargo paladar da dúvida, da incerteza. O Papa João Paulo II estava também a enfrentar um tempo de grande fragilidade, que no seu caso desembocou na sua partida. Lembro-me de na nossa conversa surgir como assunto a necessidade de rezarmos muito por ele e de a minha mãe perguntar o que é que haveríamos de pedir realmente. O meu pai respondeu então de uma forma que me ficou gravada: “Devemos rezar para que se faça a vontade de Deus.” Muitas vezes, regresso a esta afirmação. Pela vida fora, nos desafios e tarefas que se vão impondo, vou procurando perceber se a minha vontade se coadunará ou não com a divina. O que devo eu fazer quanto àquela pessoa com quem tem sido tão difícil lidar? Como é que eu devo agir quanto à tarefa que tenho em mãos? Nesta situação difícil o que é que devo eu fazer? Que vocação terá o Senhor pensada para mim?
Hoje rezo para que Deus faça a sua vontade na vida do Santo Padre. Seja o que for. E que acima de tudo lhe dê forças. O ampare, para enfrentar tudo com felicidade pascal. Que o anime na sua simplicidade e humildade, continuando a ser um testemunho e um exemplo para todos. Que o inspire a ser sinal de paz, neste mundo onde tudo parece desmoronar ao ritmo da guerra e do conflito. Faça-se a vontade de Deus. No Papa Francisco e em cada um de nós.