O que nos trouxe 2024

Afonso Luís
Bancário aposentado

2024 é ano que não nos deixa boas memórias.
Os conflitos e as guerras só se agravaram, sobretudo na Ucrânia e no Médio Oriente, onde os principais protagonistas não mudaram as suas estratégias bélicas. Putin continuou a pretender ser um novo Czar, oprimindo tudo à sua volta, e Netanyahu, acossado pelo extremismo islâmico, entende que deve matar a torto e a direito. Continua a haver, por esse mundo fora, alguns outros “ditadorzinhos”, mas estes dois são os que têm as mãos mais manchadas de sangue humano. Entretanto, em 2024, a direita radical continuou a fazer o seu caminho, agora em Portugal, com um partido que se afirmou, nas eleições de março, como terceira força política. Em novembro, Donald Trump venceu as eleições americanas, o que representa mais um lenitivo para os populismos. Populismos que defendem os nacionalismos exacerbados e atacam as migrações. Ora, os nacionalismos representam conservadorismo, opressão e racismo. Os casos mais sintomáticos de nacionalismo são os de regimes ditatoriais, como a Rússia e a China. Como se não fôssemos todos irmãos, filhos do mesmo Deus, também o ódio aos imigrantes é apanágio dos populistas. Atentar contra os imigrantes é atentar contra a liberdade, mas os países de acolhimento fazem bem em exigir o respeito pelas suas leis, o que nem sempre acontece relativamente a muitos imigrantes muçulmanos.
Na Alemanha, o social democrata Olaf Scholz demitiu-se recentemente, não resistindo a uma moção de censura; embora o favorito para as eleições de fevereiro próximo seja o líder da CDU, Frederich Merz, há o perigo de uma grande subida da extrema direita da AfD. Por outro lado, a fome alastrou em muitas zonas do globo, particularmente no Sudão. 2024 foi, de facto, um ano de mudanças e de ruturas. Porém, e para não ser tudo mau, o sanguinário ditador Bashar al-Assad acabou finalmente por ser derrubado na Síria. O que irá acontecer a este país é, por agora, uma incógnita, embora as perspetivas sejam más.
E em Portugal?
O ano que está a chegar ao fim não nos trouxe um cenário tão negro. A mudança de governo não provocou abalos, pois PSD e PS têm programas que se assemelham em muitos aspetos, e no governo não diferem demasiado. Por algum motivo, há quem defina estes dois partidos, depreciativamente, como Bloco Central, esquecendo que eles representam, em conjunto, cerca de setenta por cento dos votos dos portugueses. Tivemos, também, mais um português a assumir um importante papel a nível internacional, justamente na presidência do Conselho Europeu. No desporto, obtivemos um recorde de medalhas (quatro) nos Jogos Olímpicos de Paris.
Apresentado este resumo do ano, veremos o que nos trará 2025.

Afonso Luís
Bancário aposentado

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