Com o Jubileu da Juventude a decorrer, acendem-se novas luzes no nosso mundo. Vemos com esperança os jovens das nossas comunidades participarem nestes dias e talvez se calem as vozes que teimam dizer: “A juventude está perdida”. Na noite de dia 26, quando chegámos a Mataró, junto a Barcelona, achei muito curiosa a atitude dos nossos jovens. Entrámos no Colégio Salesiano, onde iríamos pernoitar e pousámos as bagagens por um pouco, aguardando indicações. Entretanto, no grupo de Alcobaça, uma rapariga pegou numa bola de plástico que trazia na sua mochila, encheu-a e começou um jogo de voleibol entre todos. Os rapazes de Turquel, logo que descobriram uma bola para os pés, também deram início à futebolada, que foi pela noite dentro. Escusado será dizer que passados poucos minutos, já se tinham juntado a ambas as jogatanas alguns jovens de outras paróquias. Apesar dos duches com a bela da água fria, em vez de indignação, o que ouvi foram piadas e risos. No autocarro, não se fala de cansaços pelas viagens intermináveis. Antes se conversa ou até se joga ao “Uno” ou ao “Stop”. Vemos um bom filme, rezamos juntos, construímos comunhão. Acredito que é esse o segredo. Se somos um, se temos a consciência de que não estamos sós, se temos a ousadia de olhar os outros como família, a vida segue com entusiasmo. Creio que será essencialmente este o grande fruto do Jubileu: sentir-se parte de uma família imensa.
Ao viver estes dias, levo comigo uma conclusão. Temos muito a aprender com a malta nova. Numa sociedade onde todos conhecem na perfeição os seus direitos e estão pouco disponíveis para os seus deveres, impõe-se o testemunho dos nossos jovens. Afinal, podemos viver com o estritamente essencial, mas, se formos irmãos, somos mais felizes.