P. Gianfranco Bianco. “Sempre fui muito bem acolhido na Benedita”

Mateus Grilo

O P. Gianfranco Ventura Bianco nasceu a 2 de outubro de 1972, na Alemanha. Foi ordenado Padre a 5 de julho de 1998 e nomeado Cónego em 2024. Com um percurso marcado por dedicação e serviço pastoral, após 12 anos na Benedita, onde deixou uma marca profunda na comunidade, prepara-se agora para uma nova etapa como pároco na Portela de Sacavém e diretor espiritual do Seminário dos Olivais.

Como nasceu a vontade de ser padre?
Nasceu quando eu era mais pequeno e comecei a acolitar na minha terra. O meu prior convidou-me para passar um fim de semana no seminário. Aceitei, fiz amigos e, durante dois ou três anos, participei nas atividades desse seminário. Foi aí que começou a nascer a vocação, com naturalidade e segundo aquilo que Deus queria realizar em mim. Quando chegou o momento de decidir entrar para o seminário, a proposta já estava clara para mim. Embora ainda houvesse um percurso de discernimento, o desejo foi crescendo, até nascer este desejo profundo e decisivo.

Quais as maiores tentações e dificuldades que encontrou neste caminho?
As grandes tentações, sobretudo durante o percurso no seminário, passam muitas vezes por pensar: E se houvesse outra vida? E se escolhesse outros caminhos? Esses momentos são importantes também para discernirmos, para amadurecermos a decisão com liberdade. A Igreja teve aqui um papel muito importante na iluminação desse caminho. Os desafios vão surgindo sempre, e cada vez mais, especialmente no que toca à responsabilidade. Quando se fazem escolhas desta natureza, como ser sacerdote, tal como em todas as escolhas da nossa vida, escolhemos umas em detrimento de outras. O facto de não constituir uma família biológica, de não seguir uma vida apenas profissional, mas sim assumir uma atitude de vida constante em entrega a Deus e à Igreja, fez com que eu renunciasse a certos caminhos, para poder entregar-me totalmente ao Senhor e à sua vontade. Com o tempo, vamos descobrindo outras dimensões nessas escolhas: como a paternidade espiritual, o ser confidente, o estar presente na vida dos outros. E isso tem sido sempre renovado pelas experiências e pelo contacto com as pessoas.

Onde encontra a força, nos momentos mais difíceis?
O ponto de partida e o ponto de chegada da minha vida como sacerdote é sempre Jesus Cristo. É por Ele que começamos e é a Ele que voltamos constantemente.
Em primeiro lugar, porque estamos em nome d’Ele. Fizemos uma entrega de vida que nos foi depois consagrada. Cristo é, por isso, a fonte e a foz de tudo. Mesmo nos problemas e nos momentos mais difíceis, é ao Senhor que recorremos: na oração, quando nos colocamos diante d’Ele; nos sacramentos, que nos sustentam; na graça que nos concede; e também na partilha fraterna que vivemos, sobretudo com os padres com quem partilho o dia a dia. Vamos partilhando as nossas dificuldades e isso é sempre sinal de comunhão e de interajuda.
Mas não se resume a isso. Muitas vezes, também os leigos, as famílias, a própria comunidade paroquial são fonte de apoio e ânimo. Encontramos neles pessoas que nos ajudam imensamente. Portanto, o ponto de partida é Cristo, mas as expressões dessa força são múltiplas e concretas, presentes no quotidiano da vida e da missão.

(saiba mais na edição de 09 de outubro)

Mateus Grilo

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