Numa linguagem simples, diremos que é “já amanhã” que a paróquia da Benedita fará 500 anos.

De facto, foi a 20 de dezembro de 1532, que Dom Afonso (Arcebispo de Lisboa e Bispo de Évora) criou a paróquia da Benedita, naquela cidade alentejana.

Escrever a História da Paróquia da Benedita foi um sonho meu que se diluiu com o tempo, devido a vicissitudes várias.
Não é preciso ser-se crente, religioso e, muito menos praticante, para fazer esta caminhada. O que é preciso é ter como slogan a palavra “verdade”.

Fico indignado, quando leio que, no século XIX, a Benedita já era uma terra importante! Basta ler os textos dos párocos desse tempo e de anos mais recuados para saber que a Benedita era uma terra pobre, muito pobre. Foi o Padre João Fialho (Cura de 1820 a 1823) que deixou escrito que a paróquia nem dinheiro tinha para sustentar o pároco nem o sacristão.

Tudo se começou a alterar com o Padre João Luís Coelho Guerra, pároco entre 1868 e 1872. Teve um papel fulcral no desenvolvimento da paróquia e, consequentemente, da freguesia, ao criar o Colégio dos Santíssimos Corações de Jesus e Maria. Combateu a pobreza dos beneditenses, distribuindo muito do seu pecúlio pelos mais necessitados.

Por estudar estão inúmeros detalhes. Ao acaso, direi que é para nós um mistério, a razão pela qual o Capitão Tomé do Couto Arnault, fidalgo de El-Rei D. João IV, falecido em 1644, ter sido sepultado na Igreja Velha.

A História da Paróquia não é possível ser contada em menos de trezentas páginas.

Estudar, em termos de história religiosa, quinhentos anos é um trabalho de pesquisa gigantesco que levará, no mínimo, meia dúzia de anos a realizar. Como dizia o meu saudoso professor de Latim, o Padre João Beato, uma atividade dessas só se consegue com a “graça de Deus”!

Têm a palavra os mais novos.