Partiu a Celeste dos Cravos

Catarina Ferreira Reis
Diretora do jornal O ALCOA

Partiu, a 15 de novembro, no Hospital de Leiria, aos 91 anos, vítima de problemas respiratórios, Celeste Caeiro, a mulher que tornou os cravos o símbolo do dia 25 de Abril, o Dia da Liberdade. A imagem desta flor, que também deu nome à revolução, ficará para sempre gravada na memória e na história deste dia.
Celeste nasceu em Lisboa e lá viveu com a mãe e uma filha de a seu cargo. Foi quando chegou ao emprego, no dia 25 de abril de 1974, que se deu conta da revolução. O self-service onde trabalhava não iria abrir portas nesse dia. Logo no dia do primeiro aniversário do espaço. Na altura, o patrão, que tinha comprado cravos para oferecer, disse aos funcionários que levassem um ramo cada um. Antes de ir para casa, na Rua do Carmo, Celeste rumou ao Rossio com os seus cravos vermelhos e brancos, onde encontrou um soldado. Questionando-o que estavam ali a fazer e se precisava de alguma coisa, este fez- -lhe sinal de que queria um cigarro. Celeste não fumava e deu-lhe o que tinha, um cravo. O militar colocou-o no cano da arma, tornando-se o símbolo da revolução. “A Revolução dos Cravos”. Muitas foram as mensagens e as reações à morte de Celeste Caeiro. De todas se destaca a da neta Carolina Caeiro Fontela, que, muito ligada à avó, escreveu na rede social X: “Para sempre a minha Avó Celeste. Olha por mim”. A residir no concelho de Alcobaça com a mãe e a avó, foi este ano, por altura do 25 de Abril, em que se assinalou os 50 anos da Revolução, que Carolina Caeiro Fontela esteve n’O ALCOA. A neta da Celeste dos Cravos falou-nos da sua avó e com muito carinho relatou a sua história, lamentando que nunca lhe tenham prestado a homenagem de vida. Combinámos partilhar a sua história. Carolina escreveu-a, relatando as vivências desses momentos, da forma como tantas vezes a avó, “essa mulher de «armas» e de grande coração”, lhe havia contado. O ALCOA publicou-a. O texto saiu a 2 de maio, dia em que Celeste Caeiro completou 91 anos. Nele, Carolina Caeiro Fontela terminava dizendo “obrigado Avó, tenho muito orgulho de ti”. Partilhamos desse orgulho e desse agradecimento. Obrigado, Celeste!

Catarina Ferreira Reis
Diretora do jornal O ALCOA

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