Da vasta obra de Isabel Allende, escritora nascida no Peru, recomendo a leitura de “Paula”, de cariz autobiográfico, originado por uma situação de quase “confinamento”.
Vivemos, agora, em circunstâncias estranhas, afastados de familiares, amigos e vida social. Cada um se confina ao espaço da sua própria casa, por um imperativo de proteção de si próprio e dos outros.
Em “Paula”, também a autora se vê isolada, num quarto de hospital, para acompanhar a sua própria filha, de 28 anos, prostrada numa cama, em situação de coma irreversível, devido a uma terrível doença.
É nesse cenário que a narradora se vê instada, por uma amiga, a aproveitar para escrever o que se está a passar de modo a proporcionar a sua filha uma visão da vida que, entretanto, continua a decorrer.