E se pudesse visitar uma fábrica de cerâmica ou de cutelaria e acompanhar a produção em tempo real? Pode fazê-lo em várias empresas da região, entre as quais se destacam a António Rosa – Ceramics, na Maiorga, e a ICEL – Indústria de Cutelarias da Estremadura, na Benedita.
Foi precisamente há 20 anos, durante o EURO 2004, que António Rosa – Ceramics abriu as portas ao turismo industrial, “na tentativa de aproveitar o «bum» de visitantes que Portugal iria ter a «reboque» do futebol”, relembra a’O ALCOA Cláudia Domingues, gerente da indústria de cerâmica. A partir de então, “uns anos com mais visitas do que outros, continuamos a abrir as portas da nossa empresa a quem tenha o gosto de saber um pouco mais acerca da nossa indústria, tão antiga e presente no nosso concelho”. Apesar de a empresa não viver do turismo industrial, “nem acreditamos que alguma fábrica o faça”, Cláudia Domingues reforça a importância de “mostrar a quem nos visita todos os passos desta indústria”, desde a fase em que o designer desenha a peça até que a possamos ter finalmente nas mãos, mostrando as “dificuldades e voltas que o processo tem” para assim o “cliente final valorizar a cerâmica de uma outra forma”. Desse modo, “todas as empresas sairão a ganhar”.
Cerca de 1.200 visitantes por ano, com predominância da nacionalidade francesa, apreciam “muito a fase em que a peça aparece conformada”. Cláudia Domingues explica que há o “molde de gesso, que é cheio com a barbotina líquida. Após determinado período, o molde absorve a água da barbotina, forma a parede da peça, junto ao molde, e é despejado o excesso de líquido. Espera-se e abre-se o molde”. Aparece a peça conformada, “muito «fresca»”. Os turistas ficam “maravilhados”. Afinal, do líquido aparece uma peça.

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