Renato Jácome. “Sem eletricidade não se faz nada”

Neuza Santos
Jornalista

Renato Jácome assumiu a liderança da Acordo Eletricidade em 2012, numa situação difícil. A empresa, com 41 anos, expandiu-se, pertencendo ao grupo AMC, juntamente com a Modernilux e a Cistercópias. No dia 22 de outubro, realizou-se a cerimónia de entrega do Certificado System Partner, um sinónimo de inovação técnica e de produtos de alta qualidade. O crescimento da empresa, a falta de mão de obra, a sustentabilidade e os planos para o futuro são alguns dos temas abordados pelo empresário em entrevista a’O ALCOA.

Assumiu a liderança da Acordo Eletricidade em 2012. Qual o balanço destes anos?
Assumi a liderança numa situação extremamente difícil, sem ter noção do que ia encontrar. O balanço que faço é largamente positivo do ponto de vista empresarial e social. A empresa cresceu muito.

Desde a sua fundação, qual tem sido a evolução da empresa?
A Acordo foi fundada em junho de 1983 e cheguei à empresa nesse ano. Até 2012 foi uma simples empresa de instalações elétricas. Nós fazíamos instalações na área da indústria, trabalhávamos muito na indústria da cerâmica, em Alcobaça. Era uma empresa com cerca de dez, 15 funcionários. A partir de 2012, seguiu outros rumos. Cresceu a nível qualitativo de serviços e de pessoas. Neste momento, temos cerca de 300 colaboradores, departamentos de redes informáticas e de segurança, uma fábrica de quadros elétricos agregada ao grupo, sediada em Alcobaça, onde trabalham cerca de 19 pessoas. Começámos a fábrica em 2021, mas profissionalizámo-la em 2022. Este ano vamos fabricar dois milhões de euros em quadros. Estamos noutros segmentos, em obras mais complexas e de uma dimensão maior. Não precisamos de recorrer a serviços externos. A Acordo é uma empresa completamente autónoma. Em 2019, comprámos uma empresa em Lisboa do mesmo segmento, a Modernilux, que nos deu mais dimensão.

Quais os principais mercados?
O nosso trabalho é essencialmente a nível nacional. Não temos de procurar outros mercados, embora sejamos constantemente «assediados» para ir para outras paragens. O nosso mercado situa-se entre o Rio Mondego e o Rio Tejo. Já fizemos trabalhos muito pontuais em França, Timor, Espanha, Holanda e Suíça.

Quais os principais desafios?
Um dos principais desafios é perceber o crescimento da economia nacional. A estabilidade governamental é muito importante. Esta instabilidade de um governo cair, do orçamento ser ou não aprovado, afeta a economia nacional e as grandes decisões que o país precisa de tomar. A principal preocupação de uma empresa como a Acordo é a falta de mão de obra qualificada e de pessoas que queiram aprender estas profissões. Ninguém incentiva os filhos a serem eletricistas, mecânicos, pedreiros, carpinteiros. E isso nota-se nas empresas. Quero incentivar os jovens a aprender esta profissão, porque há bons salários e é uma profissão nobre. Quando foi a pandemia, houve a linha da frente com polícia, médicos, que são pessoas extremamente importantes. Mas o médico na sua profissão não tem mais dignidade do que um eletricista, do que um pedreiro ou padeiro. Os eletricistas e os técnicos de comunicações estão na linha da frente, sem eletricidade não se faz nada. Temos de valorizar as profissões. Aconselho a trabalharem em empresas credíveis, a estudarem, mas há cursos de ensino superior em que a saída para o mercado de trabalho é muito reduzida. Nós procuramos pessoas, para orçamentação, chefes de equipa, aprendizes de eletricista. Precisávamos de contratar 20 profissionais, mas só vamos contratar dez, porque não há no mercado e temos de os formar cá.

Saiba mais na edição impressa e digital de 24 de outubro de 2024

Neuza Santos
Jornalista

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

PRIMEIRA PÁGINA

PUBLICIDADE

WhatsApp Image 2024-06-03 at 12.09.27
Publicidade-donativos

NOTÍCIAS RECENTES

AGENDA CULTURAL

No data was found
Sites de Paris Sans Vérification