Participar na romaria a pé desde a Nossa Senhora da Nazaré até Fátima foi, para mim, muito mais do que uma simples caminhada — foi uma verdadeira peregrinação.
O sentido da peregrinação é algo profundo e essencial no coração do cristianismo. Ao longo do caminho, fui experimentando essa dimensão espiritual de várias formas, sentindo Deus presente em cada passo: ora ao meu lado, como companheiro de jornada; ora atrás de mim, a orientar o caminho; ora à minha frente, a puxar por mim e a mostrar-me o sentido do esforço. A presença dos irmãos romeiros dos Açores foi um dom especial.
Com eles vivi uma autêntica experiência de Igreja em saída, uma comunidade viva que nos trouxe a riqueza de uma tradição cheia de fé, entrega e fraternidade. Vieram ao nosso encontro, não só para caminhar connosco, mas para nos dar a conhecer uma forma tão intensa de viver a fé. Cada gesto, cada canto, cada momento partilhado na romaria esteve carregado de simbolismo e de profundidade espiritual. Foi, sem dúvida, uma vivência marcante. Entre todos, criou-se um espírito de empatia, união e verdadeiro sentido comunitário.
Caminhámos juntos como irmãos, partilhando o cansaço, a alegria, o silêncio e a oração. Sentimo-nos parte de algo maior, conduzidos pela fé e pelo amor ao próximo.
Por tudo isso, peço humildemente aos irmãos romeiros dos Açores que nos deixem ser a 10.ª ilha dos Açores. Porque Alcobaça é terra de Paixão, e aqui há sempre lugar para o amor.
